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Coronavírus

- Publicada em 02 de Setembro de 2020 às 21:42

Ocupação de UTIs por pacientes de coronavírus volta a atingir recorde em Porto Alegre

Na terça-feira (1º), a Capital bateu em 347 pacientes hospitalizados em UTIs, o maior número desde o dia 8 de março

Na terça-feira (1º), a Capital bateu em 347 pacientes hospitalizados em UTIs, o maior número desde o dia 8 de março


HCPA/DIVULGAÇÃO/JC
O salto no número de pacientes com Covid-19 internados em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) em hospitais de Porto Alegre ligou o alerta a respeito do atual cenário da pandemia na cidade. Se, na última semana houve uma oscilação, após a semana anterior ter apresentado queda na quantidade de pessoas em leitos intensivos, nos últimos dois dias o número disparou, atingindo marca recorde desde o início da crise sanitária.
O salto no número de pacientes com Covid-19 internados em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) em hospitais de Porto Alegre ligou o alerta a respeito do atual cenário da pandemia na cidade. Se, na última semana houve uma oscilação, após a semana anterior ter apresentado queda na quantidade de pessoas em leitos intensivos, nos últimos dois dias o número disparou, atingindo marca recorde desde o início da crise sanitária.
Na terça-feira (1º), a Capital bateu em 347 pacientes hospitalizados em UTIs, o maior número desde o dia 8 de março, quando foi registrado o primeiro caso da doença na cidade. Ao fim do dia, o dado foi atualizado para 344. Nesta quarta-feira (3), dia em que a prefeitura de Porto Alegre promoveu mais flexibilizações das atividades econômicas, eram 347 pacientes em leitos destinados a pessoas em condições graves.
Além do número alto em si, o que chamou a atenção foi a reversão de um quadro que parecia estar se consolidando. A curva de internações vinha se achatando, chegando a ter uma queda brusca no dia 27 de agosto, quando, em determinado momento do dia, registrava 302 pacientes em UTIs.
Assim, a percepção otimista a respeito do quadro atual em Porto Alegre foi abalado. Afinal de contas, a pandemia realmente perdeu força e se estabilizou na Capital ou foi sinal falso e a Covid-19 segue se expandindo?
Para o infectologista do Grupo Hospitalar Conceição, André Luiz Machado da Silva, ainda que se tenha tido uma queda no número de pacientes em UTIs nas últimas semanas, é precoce afirmar que há estabilização dos casos enquanto a cidade mantém a taxa de contaminação em alta. "Esse aumento na taxa de ocupação não deveria ser visto com surpresa frente a uma cidade e um Estado que mantém a taxa de incidência da Covid-19 elevada. A doença não está controlada no nosso Estado e na nossa cidade e, consequentemente, vamos ter sim um aumento na taxa de ocupação dos leitos não só de UTI, mas também de enfermaria", diz.
Assim como o aumento de pacientes em UTIs, o crescimento no número de pessoas ocupando leitos de enfermaria também voltou a mostrar elevação. Somente no período entre 28 de agosto e 2 de setembro, passou de 333 para 360. "É precoce assumir que os casos estão estabilizados. É querer discutir com os números. A taxa de contaminação continua alta", afirma o infectologista. Para Silva, muito do que se reflete agora na taxa de ocupação das UTIs tem a ver com pacientes que nas últimas semanas estavam em leitos de enfermaria. "Houve uma redução de pacientes nas últimas quatro semanas, mas não teve uma queda sustentada nos leitos de enfermaria, e isso se reflete agora nas UTIs".
Do ponto de vista epidemiológico, a chefe do serviço de medicina intensiva do Hospital Moinhos de Vento, Roselaine Pinheiro de Oliveira, alerta que esse recorde de pacientes em UTIs é preocupante, visto que se tinha uma tendência de estabilização dos casos. "É bem preocupante porque esse vírus se espalha rapidamente, muitas pessoas ficam doentes ao mesmo tempo e há uma proporção de pacientes que acabam precisando de atendimento hospitalar e, até mesmo, de leito em UTI".
Diante do aumento no número de internações, a médica orienta que as medidas de flexibilização sejam pensadas com cautela. "Cada vez que existe uma nova liberação e um fluxo maior de circulação de pessoas, o risco de novos casos com impacto de internações aumenta", afirma Rosana. "Sabemos da necessidade econômica, mas se desse para segurar um pouco mais o distanciamento social, seria o ideal".

Variação de pacientes com Covid-19 em UTIs em Porto Alegre nas últimas quatro semanas

26/8 a 2/9 4,5% (331 para 347)
19/8 a 26/8 0,6% (329 para 331)
12/8 a 19/8 -2,9% (339 para 329)
5/8 a 12/8 4,6% (324 para 339)

Pacientes com Covid-19 em UTIs em Porto Alegre (Fonte: SMS/POA)

2/9 - 346
1/9 - 344
31/8 - 325
30/8 - 335
29/8 - 325
28/8 - 327
27/8 - 302
26/8 - 331
25/8 - 310
24/8 - 307
23/8 - 309
22/8 - 314
21/8 - 308
20/8 - 310
19/8 - 329

Pacientes com Covid-19 em leitos de enfermaria em Porto Alegre (fonte: SMS/POA)

2/09 - 360
1/09 - 383
31/08 - 366
30/08 - 356
29/08 - 333
28/08 - 353
27/08 - 337
26/08 - 348
25/08 - 341
24/08 - 353
23/08 - 369
22/08 - 355
21/08 - 366
20/08 - 365
19/08 - 363
 

Ocupação de UTIs por pacientes Covid-19 e não Covid-19

Instituto de Cardiologia 93,02%
Hospital de Clínicas de Porto Alegre 88,75%
Hospital Nossa Senhora da Conceição 94,67%
Hospital Moinhos de Vento 100%
Complexo Hospitalar Santa Casa 86,71%
Hospital São Lucas 88,14%
Hospital Mãe de Deus 95%
Hospital Ernesto Dornelles 117,24%
Hospital Divina Providência 86,11%
Hospital Porto Alegre 69,23%
Hospital Cristo Redentor 94,87%
Hospital Vila Nova 95%
Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre 85%
Hospital Independência 100%
Hospital Femina 83,33%
Hospital da Restinga 100%
Hospital Santa Ana 50%
Atualizado às 18h30min de quarta-feira (3)