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Geral

- Publicada em 05 de Julho de 2020 às 20:30

Sem novos diagnósticos positivos entre indígenas, Porto Alegre não tem mais casos em aldeias

Uma das preocupações quando surgiu o primeiro caso era com a contaminação de anciões, que são de suma importância para culturas e comunidades indígenas

Uma das preocupações quando surgiu o primeiro caso era com a contaminação de anciões, que são de suma importância para culturas e comunidades indígenas


Arquivo pessoal/DIVULGAÇÃO/JC
Depois do primeiro caso de Covid-19 em uma aldeia indígena de Porto Alegre ter sido confirmado em 16 de junho, 51 indígenas que tiveram contato com o primeiro caso foram testados e 14 receberam diagnóstico positivo para a doença. As 15 pessoas infectadas são moradoras da mesma aldeia, de etnia Kaingang, e ficaram isoladas em uma escola por duas semanas, recebendo os devidos cuidados da equipe médica. Na quinta-feira (2), foi o último dia de isolamento e, agora, a Capital está sem casos de Covid-19 em aldeias indígenas.
Depois do primeiro caso de Covid-19 em uma aldeia indígena de Porto Alegre ter sido confirmado em 16 de junho, 51 indígenas que tiveram contato com o primeiro caso foram testados e 14 receberam diagnóstico positivo para a doença. As 15 pessoas infectadas são moradoras da mesma aldeia, de etnia Kaingang, e ficaram isoladas em uma escola por duas semanas, recebendo os devidos cuidados da equipe médica. Na quinta-feira (2), foi o último dia de isolamento e, agora, a Capital está sem casos de Covid-19 em aldeias indígenas.
Na aldeia Kaingang, a comunidade transformou uma escola que não está sendo utilizada por causa da pandemia em um centro de isolamento para casos suspeitos. Após o primeiro morador, um homem de 53 anos, ter sido contaminado, a equipe de saúde indígena do Núcleo de Equidade em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e do Labcen testaram todos os contatos próximos dele.
No dia 24 de junho, a SMS coletou amostras dos demais moradores da aldeia. Ao total, foram realizados 150 exames e nenhum outro caso de Covid-19 foi confirmado. A responsável pela área técnica do Núcleo, Rosa Maris Rosado, acredita que a comunidade conseguiu seguir as recomendações muito bem. "Eles isolaram a escola e a Defesa Civil e outros órgãos ajudaram a montar a estrutura, doando beliches, cobertores, kits de higiene e outras coisas. A única pessoa que chegava perto da porta da escola era a médica. Deu muito certo", afirma.
Uma das preocupações de Rosa quando surgiu o primeiro caso era com a contaminação de anciões, que são de suma importância para culturas e comunidades indígenas. Dos 14 que testaram positivo, nenhum era ancião. "Agora, a equipe de saúde indígena e as lideranças têm reforçado que, embora todos tenham testado negativo, não dá para flexibilizar as medidas. Então é para eles continuarem com as porteiras fechadas, evitando sair da aldeia, não recebendo visitas, e seguir com o uso de máscaras e a higienização das mãos", complementa Rosa.
A situação de Porto Alegre, porém, não está alinhada com o resto do País. Segundo dados da Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde (Sesai/MS), na quinta-feira, o Brasil tinha, ao menos, 7.198 casos confirmados de indígenas com Covid-19 e 166 óbitos. O Rio Grande do Sul integra o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Interior Sul da Sesai/MS que, ao todo, já soma 282 casos confirmados e seis mortes.
A preocupação agora, segundo a técnica responsável, é manter a aldeia Kaingang sem novos casos e garantir que as outras aldeias também não sejam infectadas. Porto Alegre tem dez aldeias indígenas de três etnias diferentes (Charrua, Guarani e Kaingang). A Kaingang é a mais populosa e, a Charrua, a menos. Na Capital, são 39 indígenas da etnia Charrua. "Reforçamos os cuidados e as orientações com as lideranças de outras aldeias e etnias para mantermos assim, sem casos de Covid-19 nos povos indígenas de Porto Alegre", declara Rosa.
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