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Segurança Pública

- Publicada em 03 de Junho de 2020 às 20:53

BM não pretende usar força em manifestações

Mohr falou sobre ações policiais em protestos a favor e contra Bolsonaro

Mohr falou sobre ações policiais em protestos a favor e contra Bolsonaro


/MARCO QUINTANA/JC
A Brigada Militar (BM) diz estar preparada para mediar, dialogar e não ter de usar a força durante as manifestações a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro, já marcadas para o próximo domingo no Estado. Em Porto Alegre, os atos têm acontecido há pelo menos dois finais de semana. Houve, inclusive, agressões verbais e físicas a pessoas contrárias a Bolsonaro, em frente ao Comando do Exército, no Centro da capital.
A Brigada Militar (BM) diz estar preparada para mediar, dialogar e não ter de usar a força durante as manifestações a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro, já marcadas para o próximo domingo no Estado. Em Porto Alegre, os atos têm acontecido há pelo menos dois finais de semana. Houve, inclusive, agressões verbais e físicas a pessoas contrárias a Bolsonaro, em frente ao Comando do Exército, no Centro da capital.
De lá para cá, os atos em Porto Alegre passaram a reunir de um lado grupos favoráveis ao presidente - com faixas de apoio à sua gestão e pedidos de intervenção militar - e, de outro, manifestantes contrários ao atual governo federal, ao fascismo e ao racismo. Na Capital, o ato do último domingo não teve incidentes. Entretanto, em Curitiba e São Paulo, protestos antifascistas e pró-democracia foram encerrados com cenas de violência.
O comandante geral da BM, coronel Rodrigo Mohr Picon, garantiu que, desde os protestos de junho de 2013, a polícia militar gaúcha vem investindo em inteligência e mediação para evitar "confrontos e uso da força". "Desde lá, a Brigada tem se mostrado um exemplo no País no controle de civis e, principalmente, na mediação com os movimentos e com todos que queiram se manifestar. Na grande maioria dos atos que acontece aqui, não há qualquer tipo de violência ou ação que necessite de intervenção", garante Mohr.
Como em outras cidades do País, os atos ocorrem com um mesmo ponto de encontro e os manifestantes de lados opostos acabam trocando hostilidades. O comandante diz que "a corporação está entrando em contato com integrantes dos movimentos de várias conotações ideológicas para que os eventos aconteçam em locais separados e para que não haja confronto". Ele adianta que uma reunião envolvendo os agentes de segurança deve ocorrer até o final da semana.
"Estamos acompanhando o que acontece no Brasil e no mundo. Tudo o que está ocorrendo é devido à ação flagrantemente fora da técnica de um policial", analisa Mohr. O mundo assistiu, ao longo desta semana, a uma série de protestos antirracistas e contra a violência policial, que eclodiram nos EUA após a morte de George Floyd - um homem negro assassinado por um policial branco. Os atos acontecem diariamente em diversas cidades norte-americanas e têm se espalhado pelo mundo, pautando reflexões e mobilizações. No Brasil não é diferente. Uma das investigações mais recentes de violência policial é a morte de João Pedro Matos, de 14 anos, em sua casa, no Rio de Janeiro, em maio.
O assunto veio à tona ontem, durante edição do Lide Talks, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais do Estado (Lide RS), cujo tema foi Projetos e Desafios do Sistema de Segurança para o Rio Grande do Sul. Desta vez, a conversa reuniu, além de Mohr, o vice-governador e secretário de Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, e a delegada chefe da Polícia Civil, Nadine Anflor. A atividade teve mediação do diretor-presidente do Grupo Epavi, Wagner Machado.
 

WhatsApp facilita denúncia de violência contra a mulher

A escalada no número de casos de feminicídios no Estado desde o início do ano vem preocupando a população gaúcha. A maior parte dos assassinatos de mulheres por questão de gênero segue acontecendo dentro de casa. A pandemia pode ter agravado, mas um ponto tem chamado atenção: os casos não têm registro de ocorrências ou pedido de medida protetiva anteriores à morte.
A fim de facilitar a denúncia de casos de violência contra as mulheres, a Polícia Civil abriu a possibilidade de registro de violência doméstica na Delegacia On-line (https://www.delegaciaonline.rs.gov.br/) e criou um serviço pioneiro de denúncia pelo WhatsApp (51) 98444-0606.
A delegada chefe da Polícia Civil, Nadine Anflor, diz que o objetivo é proporcionar mais canais de comunicação com o Estado não só para a mulher em situação de violência, mas para que outras pessoas mais vulneráveis, como idosos e crianças, denunciem. É preciso que família, vizinhos e amigos se envolvam. "É um chamamento para que toda a população denuncie. Somente a segurança pública não consegue frear a violência contra mulheres, idosos, crianças e adolescentes, que normalmente acontece dentro de casa e precisa da colaboração de todos para cessar", destacou Nadine.
Só em abril foram dez assassinatos de mulheres por questões de gênero no Rio Grande do Sul - crescimento de 66,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado de janeiro a abril de 2020, o indicador de violência contra mulheres apresenta crescimento de 71,4% na comparação com o mesmo período de 2019, conforme os últimos dados dos indicadores criminais do Estado.