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Geral

- Publicada em 30 de Maio de 2020 às 00:05

Carris receberá até R$ 30 milhões da Prefeitura para manter operação em 2020

Companhia tem queda de 70% na receita e não pode buscar ajuda da União por ser estatal

Companhia tem queda de 70% na receita e não pode buscar ajuda da União por ser estatal


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Com a forte queda de passageiros em meio às restrições da pandemia, a estatal de ônibus Carris enfrenta dificuldades de caixa e precisará receber mais recursos da prefeitura de Porto Alegre do que o projetado antes do coronavírus para manter o serviço. A empresa responde pela maior frota e atendimento na Capital, com 25% do transporte. 
Com a forte queda de passageiros em meio às restrições da pandemia, a estatal de ônibus Carris enfrenta dificuldades de caixa e precisará receber mais recursos da prefeitura de Porto Alegre do que o projetado antes do coronavírus para manter o serviço. A empresa responde pela maior frota e atendimento na Capital, com 25% do transporte. 
A prefeitura informou nesta sexta-feira (29) que aportará R$ 6 milhões "para evitar que o serviço seja suspenso a partir do próximo mês", que seria junho, que começa na segunda-feira. Em 2020, o repasse deve ficar entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões, informou a administração, em nota no site.
Segundo a gestão municipal, a empresa teve queda de 70% na receita desde que foram deflagradas as medidas para evitar a disseminação do novo coronavírus. Entre as ações, chegaram a ser reduzidas as viagens e o número de passageiros, que só podiam trafegar sentados. 
Para agravar a situação, que também atinge as demais concessionárias do transporte, segundo o sindicato do setor, a Carris não pode aderir à Medida Provisória 936, do governo federal, que permite acordos com os empregados para reduzir jornada e salários ou suspender o contrato de trabalho por tempo determinado. A União assume parte das despesas, desonerando as empresas. Como a Carris é estatal não pode acessar os benefícios.
Sobre o sistema de transporte, o prefeito Nelson Marchezan Júnior chegou a dizer, em fim de abril, que estava falido. Pouco antes de estourar a atual crise sanitária que afeta a economia, as empresas buscavam reajuste da tarifa, hoje em R$ 4,70. Marchezan fracasso,u no começo do ano, ao tentar emplacar na Câmara Municipal um pacote de medidas buscando baratear a passagem. Projetos foram rejeitados, como o que reduzia o número de cobradores, e outros nem foram votados.
Antes da pandemia, a empresa lançou a compra de 97 ônibus por R$ 40 milhões com contratação de financiamento em bancos, além de concurso para o quadro. A seleção não foi suspensa, mas não houve definição sobre o concurso em meio às restrições da pandemia.
Medidas de gestão implementadas desde 2017, no mandato do prefeito, reduziram o prejuízo da companhia, com menor exigência de injeções financeiras do Tesouro Municipal. As ações foram lideradas pela ex-diretora-presidente Helen Machado, que deixou o cargo em 2019.    
O prefeito admitiu em diversas oportunidades que a estatal poderia ter de ser vendida ou fechada, devido a problemas de sustentação financeira. Um estudo foi contratado para examinar a estrutura. Até hoje não houve divulgação de conclusões ou diagnóstico.   
O déficit de R$ 74 milhões, em 2016, caiu a pouco mais de R$ 41 milhões em 2017, depois a R$ 19 milhões em 2018 e R$ 16,5 milhões em 2019. Para 2020, a projeção era fechar o ano em R$ 8,6 milhões negativos, diz a prefeitura. Desde 2009, foram aportados R$ 298.144.820,27 na estatal. Este ano, a previsão era injetar cerca de R$ 5 milhões na empresa, que seria a menor cifra na década. 
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