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- Publicada em 04 de Maio de 2020 às 14:17

Xiaomi lança atualização de navegador após acusação de coletar dados

Empresa foi acusada de coletar dados até no modo anônimo

Empresa foi acusada de coletar dados até no modo anônimo


FRED DUFOUR/AFP/JC
A multinacional chinesa de smartphones Xiaomi lançou uma atualização de privacidade para o modo anônimo de seu navegador de internet no domingo (3), três dias após ser acusada por pesquisadores de coleta abusiva de dados.
A multinacional chinesa de smartphones Xiaomi lançou uma atualização de privacidade para o modo anônimo de seu navegador de internet no domingo (3), três dias após ser acusada por pesquisadores de coleta abusiva de dados.
A atualização dá ao usuário do navegador a possibilidade de permitir ou não que seus dados sejam coletados de modo agregado, ou seja, junto a informações de outras pessoas, no modo anônimo. Até então, os dados eram captados de forma automática.
No dia 30, uma reportagem da revista Forbes denunciou, a partir de análise do pesquisador Gabi Cirlig, que dados supostamente não consentidos de celulares eram enviados a servidores remotos do Alibaba, outra gigante chinesa, alugados pela Xiaomi.
O especialista verificou que, mesmo ao utilizar o modo incógnito do navegador padrão da Xiaomi, a ferramenta registrava termos buscados no Google e no DuckDuckGo, um serviço de pesquisa focado em privacidade.
A Xiaomi é uma das quatro maiores fabricantes de celulares do mundo e vem conquistando espaço em outros países além da China nos últimos anos, como no Brasil. Procurada pela reportagem nesta segunda-feira (4), a empresa ainda não se posicionou sobre a atualização.
Cirlig fez um vídeo mostrando que, ao pesquisar por "porn" (pornografia, em inglês) e visitar o site pornográfico PornHub, esses dados eram enviados aos servidores mesmo no modo incógnito, que teoricamente dá às pessoas mais segurança de privacidade sobre suas atividades online.
Ao navegar de forma anônima na maior parte dos serviços, como no Google Chrome, o usuário não tem cookies, dados de sites, páginas que visita e dados de formulários registrados.
"Todos os dados estavam sendo empacotados e enviados para servidores remotos em Cingapura e na Rússia, embora os domínios da web hospedados estivessem registrados em Pequim", diz a revista.
Outro pesquisador mostrou que navegadores da Xiaomi disponíveis no Google Play, como o Mi Browser Pro e o Mint Browser, estavam coletando os mesmos dados. Juntos, eles têm mais de 15 milhões de downloads, de acordo com as estatísticas do Google Play.
Os pesquisadores afirmaram que as invasões dos navegadores da Xiaomi são "muito piores do que as de qualquer um dos principais navegadores" do mercado. Alguns, eles ponderam, usam análises, mas sobre uso e falhas.
"Tomar o comportamento do navegador, incluindo URLs, sem consentimento explícito e no modo de navegação privada, é o pior possível", disse Cirlig.
Em resposta à Forbes, a empresa afirmou que a segurança e a privacidade de seus usuários estão entre as prioridades e que a Xiaomi segue leis e regulações sobre o tema em todos os países em que atua.
"Todos os dados coletados são baseados na permissão e no consentimento explícitos dos usuários", afirma. "Além disso, garantimos que todo o processo é anônimo e criptografado."
A empresa afirma que os "dados estatísticos agregados" são usados para "análises internas" e que não vincula informação de identificação pessoal a esses dados.
"A Xiaomi hospeda informações em uma infraestrutura de nuvem pública que é comum e bem conhecida no setor", acrescentou a empresa, alegando que todas as informações de usuários são armazenadas em servidores em vários mercados no exterior, seguindo as leis locais.
Folhapress
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