Na próxima semana será realizada a testagem biológica de uma caixa para esterilização de máscaras de proteção respiratória desenvolvida pela Universidade Católica de Pelotas (Ucpel). Caso a eficácia do equipamento seja confirmada, ele poderá contribuir para a reutilização de máscaras descartáveis e estará apto a ser utilizado pelas instituições de saúde.
O equipamento encontra-se na fase de testagem biológica e, se for aprovado, poderá entrar em uso em até três semanas, segundo os responsáveis pelo projeto. Depois desta etapa e da aprovação junto ao Comitê Interno de Gestão Covid-19, a ideia é que a caixa seja utilizada no Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP), nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Pelotas e em instituições interessadas.
Responsável pela versão brasileira da máquina, o professor do Mestrado em Engenharia Eletrônica e Computação da Ucpel, Everton Granemann Souza, explica que a caixa terá a capacidade de desinfetar em torno de 20 máscaras em cinco minutos, como os modelos cirúrgicos e odontológicos. O equipamento tem ainda condições de desinfectar modelos em tecido e a N95. Segundo ele, após a aprovação do equipamento, será possível fazer modelos de tamanhos diferentes, conforme a necessidade.
O protótipo é feito de material MDF, lâmpada UVC, papel alumínio revestido com EVA para a vedação, prateleira de metal, ganchos em seu interior e instalação elétrica.
Conforme a supervisora administrativa da central de Laboratórios da Ucpel, Rosimeri Souza, a testagem biológica deverá ocorrer até o final da próxima semana. Para confirmar a eficácia do equipamento, a professora Cristina Fabião elaborou um protocolo de validação do processo de desinfecção. “Estamos fazendo o crescimento de alguns bacilos, conhecidos como bioindicadores, para contaminar as máscaras. Em seguida, elas serão submetidas na caixa em diferentes tempos para saber se a desinfecção foi efetiva”, explica.
Os pesquisadores contam que ocorreram diversas adaptações do projeto original, idealizado por um biomédico norte-americano. Houve necessidade de recalcular as dimensões da caixa, substituir as paredes de papelão por MDF, modificar as prateleiras para facilitar a desinfecção e alterar a lâmpada UVC. A proposta para criação do equipamento surgiu do Escritório de Desenvolvimento Regional (EDR/Ucpel). Também contribuíram para a realização do projeto a professora Chiara das Dores do Nascimento, especialista na área de raios-X e integrante do Mestrado em Engenharia Eletrônica e Computação, e o arquiteto Mateus Costa, responsável pelo protótipo da caixa.