O aumento do consumo de álcool durante o período de isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) é preocupante, alerta a presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead), Renata Brasil Araújo.
Segundo Renata, inicialmente, a bebida parece trazer euforia, mas o que ela faz é diminuir a ativação do freio do cérebro, chamado de lobo pré-frontal. As pessoas ficam com efeitos de mais sedação, mas um efeito colateral é o aumento da impulsividade. E ficando sem freio, pode ocorrer um aumento de violência doméstica e de feminicídio, porque a pessoa está trancada em casa.
Renata destacou que o crescimento do consumo de álcool doméstico acontece em um momento de isolamento, quando o acesso ao tratamento de dependências químicas está mais difícil. Ela também observa que pessoas que aumentaram o consumo da bebida durante a reclusão podem manter esse hábito pós-quarentena e, a longo prazo, isso pode vir a se transformar em uma dependência.
Por isso, a Abead montou um trabalho voluntário com psiquiatras associados para atender, gratuitamente, até o próximo dia 26 de abril, dependentes químicos e seus familiares, pelas redes sociais.
O serviço é acessado no Facebook e no Instagram da associação, ou pelo número de Whatsapp (51) 98053-6208. Nessas plataformas, as pessoas podem marcar consulta e recebem o telefone do terapeuta, psicólogo ou psiquiatra. O atendimento é diário, das 8h às 22h.