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Coronavirus

- Publicada em 06 de Abril de 2020 às 21:18

Máscara caseira de tecido pode barrar transmissão do novo coronavírus

Uso da máscara de tecido deve ser individual

Uso da máscara de tecido deve ser individual


MARIO TAMA/GETTY IMAGES/AFP/JC
Gabriela Porto Alegre
Em meio à pandemia de coronavírus, inúmeras dúvidas surgem em relação às formas de prevenção contra a doença. A mais recente diz respeito às máscaras de proteção de pano, produzidas em casa. Nos últimos dias, diversos tutoriais explicando sobre a produção do objeto se espalharam pelas redes sociais, como uma alternativa às máscaras cirúrgicas que, devido a alta procura, esgotaram em muitas farmácias.
Em meio à pandemia de coronavírus, inúmeras dúvidas surgem em relação às formas de prevenção contra a doença. A mais recente diz respeito às máscaras de proteção de pano, produzidas em casa. Nos últimos dias, diversos tutoriais explicando sobre a produção do objeto se espalharam pelas redes sociais, como uma alternativa às máscaras cirúrgicas que, devido a alta procura, esgotaram em muitas farmácias.
Para esclarecer sobre a efetividade do produto, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) emitiu uma nota informando que as máscaras de tecido feitas em casa podem diminuir a disseminação do novo coronavírus por pacientes assintomáticos. Conforme a entidade, apesar de essas máscaras não evitarem que a pessoa se contamine, elas podem ser eficazes como barreiras para evitar que as gotículas da tosse, fala ou espirro atinjam superfícies.
Apesar disso, o coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Fêmina, o infectologista Vicente Sperb Antonello, alerta sobre a confecção de máscara de tecido de forma indiscriminada e sem técnica. "Pode proteger as pessoas de forma inadequada e gerar riscos inclusive de não proteger quem estiver usando a máscara", afirma.
De forma geral, tanto o infectologista quanto a SBI asseguram que esta é uma alternativa para a população geral, já que no caso de profissionais de saúde, o uso das máscaras cirúrgicas é imprescindível. "Os profissionais de saúde que estão atendendo pacientes devem fazer o uso de máscaras apropriadas para a assistência. Mas, como medida de prevenção, pode ser interessante para a população geral o uso de máscaras em ambientes fechados, aglomerações e situações de risco como locais públicos", reforça o infectologista, lembrando que, além disso, é necessário que a população siga as medidas básicas de higiene para prevenção.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, também defendeu, na quinta-feira passada, o uso de máscaras de tecido para a população. Diferente do discurso que vinha sendo adotado pela pasta, o ministro reforçou que essa é uma alternativa de proteção por barreira, que pode frear a disseminação do vírus. Com o argumento de que "é preciso lutar com as armas que se tem", Mandetta sugeriu que a população produzisse máscaras com TNT (tecido-não-tecido) e que estas poderiam ser reutilizadas após higienização com hipoclorito (água sanitária)..
No entanto, o infectologista Eduardo Chaida Sonda explica que é preciso tomar cuidado com essas questões. "Em casos de pacientes suspeitos em isolamento domiciliar, não é recomendado a higienização das máscaras, devendo ser descartadas após o uso".
Conforme a SBI, com a escassez dos equipamentos de proteção individual (EPI) em face da pandemia, as máscaras de pano podem ser consideradas. No entanto, estas não devem ser utilizadas em serviços de saúde. "Para a população que necessita sair de suas residências, a máscara de pano pode ser recomendada como uma forma de barreira mecânica (...) A máscara de pano pode diminuir a disseminação do vírus por pessoas assintomáticas ou pré-sintomáticas que podem estar transmitindo o vírus sem saberem, porém não protege o indivíduo que a está utilizando, já que não possui capacidade de filtragem. O uso da máscara de tecido deve ser individual, não devendo ser compartilhado", diz em nota.
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