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Saúde

- Publicada em 15 de Fevereiro de 2020 às 12:03

Dia D contra o sarampo tem baixa adesão em Porto Alegre

Crianças e jovens entre cinco e 19 anos podem receber a primeira ou segunda dose da vacina

Crianças e jovens entre cinco e 19 anos podem receber a primeira ou segunda dose da vacina


MARCO QUINTANA/JC
Atualizada às 21h40min de 16/02/2020
Atualizada às 21h40min de 16/02/2020
O Dia D contra o sarampo mobiliza neste sábado (15) crianças e jovens entre cinco e 19 anos para se protegerem contra uma doença cujo número de casos não para de crescer. Em Porto Alegre, 33 postos de saúde abriram para a campanha nacional, com a meta de vacinar mais de 30 mil pessoas. Mas o saldo do dia foi de apenas mil vacinados. 
O estudante João Antonio Vitola Marques, de 18 anos, não perdeu tempo e foi ainda de manhã garantir a sua imunização. Conectado em um aplicativo de mensagens e se comunicando com os amigos até pouco antes da aplicação da injeção, Marques conta que ficou sabendo da campanha através de um grupo formado por outras pessoas da sua faixa etária. “Todos eles disseram que também iriam se vacinar”, garante o jovem.
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Marques conta que ficou sabendo da vacinação por um grupo de WhatsApp. Fotos: Marco Quintana/JC
Esta edição da campanha é destinada exclusivamente às pessoas de cinco a 19 anos que não tenham tomado nenhuma ou apenas uma dose da vacina. Esta é a parcela da população em que há o maior número de casos no Brasil.
Por isso, Raquel Carvalho levou os filhos para tomar o reforço. A filha Nathalia, de 12 anos, conta que concordou na hora com o convite feito pela mãe. Já o irmão, Rogério, de 15, admite que estava com um pouco de preguiça de ir até o posto e um certo medo de tomar a picada. No fim das contas, foram todos juntos ao Posto de Saúde Modelo, na Capital, e o compromisso se tornou um passeio em família.
A vacinação do sarampo pode ser feita em qualquer dia da semana nos postos de saúde e hospitais. Porém, Raquel salienta que a possibilidade de ir no sábado até um desses locais é muito melhor para quem, como ela e o filho, trabalha.
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Raquel levou os filhos para fazer a vacina, garantindo a imunização de Nathalia e Rogério, que estão na faixa etária da campanha
A diretora-adjunta da Atenção Primária da Secretaria de Saúde de Porto Alegre, Diane Moreira do Nascimento, complementa que as campanhas são importantes para dar visibilidade a um problema, que, nesse caso, parecia ter sido superado. “O sarampo é uma doença que, por estar quase erradicada, deixou de despertar tanta preocupação. Porém, o aumento no número de casos e até de óbitos nos colocou novamente em alerta”, destaca Diane.
Em parte, o movimento antivacina contribuiu para essa realidade, mas a diretora destaca que é preciso se conscientizar de que a vacinação é importante “tanto do ponto de vista individual quanto coletivo”. “Ela protege a pessoa que tomou e também os outros à sua volta por que evita que o vírus volte a circular. Por isso, com 95% das pessoas vacinadas temos cobertura suficiente para bloquear a transmissão. Infelizmente, esse não é o quadro que temos hoje”, lamenta Diane.

Escalada no número de casos da doença preocupa

Nos últimos anos, houve um avanço alarmante da doença no Brasil. Em 2019, foram 18.203 casos espalhados por mais de 500 municípios brasileiros, um aumento de cerca de 80% em relação ao ano anterior.
No Rio Grande do Sul, desde agosto do ano passado, foram confirmados 114 casos de sarampo, conforme dados da Secretaria Estadual de Saúde. Um em cada quatro casos registrados no Estado foram em pessoas entre 5 e 19 anos – público-alvo da campanha deste sábado. Em Porto Alegre, foram 23 casos confirmados no ano passado. Nenhum resultou em morte.
A maior parte dos diagnósticos (88,4%) ficou concentrada em São Paulo, que também registrou 14 das 15 mortes (uma foi em Pernambuco). No Rio de Janeiro, foram 333 casos em 2019, mas, só até 9 de fevereiro deste ano, o estado já acumulava 189 pacientes confirmados, mais de metade (57%) do total do ano passado. Em 2018, foram 20 casos.
Nesta sexta-feira (14), a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro confirmou o primeiro óbito pela doença em duas décadas no estado fluminense. A vítima foi um bebê de oito meses, morto em 6 de janeiro em um abrigo. O caso é também o primeiro óbito por sarampo no País neste ano.

Saiba como funciona o calendário de vacinação

O calendário básico de vacinação oferece duas vacinas contra o sarampo. A primeira é aos 12 meses de idade, com a tríplice viral, que protege também contra a rubéola e a caxumba. A proteção precisa ser completada aos 15 meses com uma dose da tetra viral, que imuniza para as mesmas três doenças mais a varicela (ou catapora).
Além dessas duas doses, em virtude do surto da doença no Brasil, o Ministério da Saúde está recomendando uma dose extra para as crianças entre os 6 e 12 meses. Ela não substitui a primeira dose (aos 12 meses) e por isso é chamada de “dose zero”.
Àquelas pessoas que tenham entre 20 e 29 anos também é recomendada uma segunda dose da vacina. Esse público deve ser alvo da próxima campanha de imunização do Ministério da Saúde em 2020.
Pessoas com até 49 anos também podem procurar a dose normalmente. Considera-se vacinada a pessoa que comprovar duas doses da vacina entre até os 29 anos ou uma dose se a pessoa tem mais de 30 anos. Profissionais de saúde, independente da idade, precisam comprovar duas doses da vacina tríplice.