O projeto apresentado, entre outras medidas, cria uma tarifa de R$ 0,28 por quilômetro rodado pelos veículos de aplicativos, como Uber, 99, Cabify, Garupa, entre outros. O valor arrecadado seria 100% destinado ao subsídio do transporte coletivo e diminuiria em R$ 0,70 o preço da passagem, de acordo com a prefeitura.
"Por mais bonito que seja (o projeto), sabemos que quem paga a conta é a ponta mais fraca, como o motorista de aplicativo", alega o presidente da Associação Liga dos Motoristas de Aplicativos do Rio Grande do Sul (Alma-RS), Joe Moraes. O presidente diz que a categoria recebeu a notícia do projeto com surpresa e criticou que a medida esteja sendo discutida "a toque de caixa".
Moraes diz que os motoristas recebem, atualmente, R$ 0,90 por quilômetro rodado e que a tarifa recairia sobre os autônomos. "As empresas não vão pagar esse custo e também não devem repassar para o passageiro. O custo vai sobrar para nós", prevê Moraes.
O Jornal do Comércio procurou as empresas que operam em Porto Alegre para comentar sobre a taxação. Em nota, a 99 disse ver como "positiva" a iniciativa de valorizar o transporte público e afirmou que "a proposta de cobrar dos usuários de aplicativos pelo uso do viário público já foi considerada inconstitucional pela Justiça em cidades como Rio de Janeiro, Brasília e Campinas por não abarcar os demais meios privados de transporte." A Uber disse que ainda está analisando o projeto e a Garupa prefere não comentar. A Cabify não respondeu.
A mobilização da categoria está marcada para iniciar no fim da manhã de quinta-feira (30), no Largo Zumbi dos Palmares (avenidaLoureiro da Silva, 1660). Depois, os motoristas devem sair em caminhada pelas ruas da Capital até a Câmara de Vereadores. O mesmo protesto deve ocorrer na sexta-feira.