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Geral

- Publicada em 29 de Setembro de 2019 às 20:47

Cardiologista alerta para riscos da hipertensão

Domingos Vitola destaca importância do controle da pressão arterial

Domingos Vitola destaca importância do controle da pressão arterial


/MARCO QUINTANA/JC
Gabriela Porto Alegre
No Dia Mundial do Coração, lembrado neste domingo, 29 de setembro, são poucos os motivos para celebrar. Apesar dos avanços no combate a doenças cardiovasculares, elas ainda ostentam a primeira posição entre as que mais matam no País. Ainda que especialistas salientem a importância do controle do colesterol, da hipertensão e da necessidade de manter atividades físicas regulares para afastar os riscos, a maior parte dos brasileiros negligencia esses aspectos de saúde. Em entrevista ao Jornal do Comércio, o cardiologista Domingos Vitola, do Instituto de Cardiologia de Porto Alegre, fala sobre a importância da prevenção, além de alertar para os fatores de risco das doenças cardiovasculares.
No Dia Mundial do Coração, lembrado neste domingo, 29 de setembro, são poucos os motivos para celebrar. Apesar dos avanços no combate a doenças cardiovasculares, elas ainda ostentam a primeira posição entre as que mais matam no País. Ainda que especialistas salientem a importância do controle do colesterol, da hipertensão e da necessidade de manter atividades físicas regulares para afastar os riscos, a maior parte dos brasileiros negligencia esses aspectos de saúde. Em entrevista ao Jornal do Comércio, o cardiologista Domingos Vitola, do Instituto de Cardiologia de Porto Alegre, fala sobre a importância da prevenção, além de alertar para os fatores de risco das doenças cardiovasculares.
Notícias sobre saúde são importantes para você?
Jornal do Comércio - De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 17,5 milhões de pessoas morrem anualmente de doenças cardiovasculares. Somente no Brasil, são 300 mil. Como prevenir esses casos?
Domingos Vitola - Temos os chamados fatores de risco de doenças cardiovasculares. Esses são fatores que precisam ser controlados. Um dos principais, que seria uma maneira de evitar a doença cardíaca ou a doença vascular como um todo, é tratando a hipertensão. O tratamento da hipertensão previne uma dilatação do coração - que vai produzir uma insuficiência cardíaca -, diminuindo a perda ou o dano da retina no fundo do olho e o dano renal, que são as chamadas lesões em órgãos alvos. A pressão arterial elevada compromete coração, rins, cérebro e retina. Então, mantendo a pressão controlada, já se pode evitar essas coisas.
JC - Além desses, quais são os outros fatores que levam ao adoecimento do coração?
Vitola - Hipertensão, diabete, tabagismo, alteração de gorduras (colesterol, triglicerídios) e histórico familiar. São cinco os fatores principais, que vão fazer com que as pessoas tenham doenças cardiovasculares.
JC - No Brasil, segundo o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), cerca de 25% da população brasileira é diagnosticada com hipertensão. Quais são os sintomas dessa doença e como ela pode ser controlada?
Vitola - Para diagnosticar a hipertensão, não se pode basear em sintomas. O que faz o diagnóstico do sintoma é a medida da pressão arterial. Então não dá para esperar e fazer o diagnóstico por sintoma. Verificar a pressão é a única maneira. É como a diabete, não dá para esperar os sintomas para fazer o diagnóstico.
JC - Em quais faixas etárias essas doenças cardiovasculares prevalecem?
Vitola - Considera-se como um fator de risco o sexo masculino acima de 45 anos e a mulher acima dos 55 anos. Mas há uma ressalva: a prevenção deve começar bem antes, desde a infância. Não dá para esperar os 45 ou 55 anos para tratar.
JC - Qual a importância de consultar um profissional antes que os problemas cardíacos aconteçam?
Vitola - Tratar essas doenças o mais rápido possível é fundamental. E prevenir que elas apareçam também. Quanto antes o paciente tiver a estimativa de que é saudável e de que não está entre os fatores de risco, melhor. Aqui (Instituto de Cardiologia), por exemplo, temos vários pacientes na faixa etária dos 21 anos que vêm fazer exames e ver qual é o score de risco global, ou seja, qual é o risco que ele tem de desenvolver doenças a partir dos 40 anos. Quando se tem histórico familiar, a necessidade é mais premente.
JC - Como evitar as doenças cardiovasculares em crianças e adolescentes, principalmente com o fácil acesso a alimentos e bebidas açucaradas, atrelado à falta de atividade física?
Vitola - Uma coisa importante na saúde da criança e do adolescente é manter o controle do peso. Depois, procurar manter uma dieta equilibrada, uma dieta com consumo controlado de carboidratos, de gorduras e de proteínas, além de frutas e verduras. A dieta equilibrada é fundamental. Depois, como é que se vai prestar mais atenção na criança e no adolescente? A partir do histórico familiar de doenças, se tem um histórico de infarto, de pressão alta, de diabete. Aí se faz o acompanhamento necessário, dosando o açúcar e as gorduras, como o colesterol e o triglicerídeo, e verificando a pressão arterial. Se formos analisar crianças ou adolescentes hipertensos, a maioria deles é obesa. Muitas vezes, o simples fato de controlar a obesidade já controla a pressão, evitando problemas maiores.
JC - Qual é o papel da atividade física na prevenção das doenças cardíacas?
Vitola - O exercício é apenas uma das formas de prevenção, mas é preciso estar atento a várias outras. Não dá para achar que, por fazer atividade física todos os dias, você vai estar bem. Para controlar a pressão arterial, por exemplo, o exercício não é suficiente. Claro, a atividade física ajuda a controlar os fatores que contribuem para a doença, mas, isoladamente, não é suficiente. Outros fatores que podem contribuir é diminuir o consumo do sal, reduzir o consumo de álcool - este tem que ser consumido nas doses terapêuticas, que são 15 gramas para mulher e 30 para o homem.
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JC - O estresse pode influenciar também nas doenças cardiovasculares?
Vitola - Também influencia. Não é o principal, mas influencia. Até porque, indiretamente, ele tende a aumentar a pressão arterial e liberar substâncias no organismo, que facilitam o aumento da pressão.
JC - Com que frequência as pessoas devem procurar um cardiologista?
Vitola - Quando as pessoas já têm problemas de saúde, precisa ser com mais frequência. Em geral, os pacientes vêm a cada três meses. Quando já existe o problema, também depende do risco de saúde que se tem. O paciente hipertenso, por exemplo, vem ao consultório, ajusta a medicação e faz o acompanhamento domiciliar. A partir disso, vai controlando os exames a cada três meses, seis meses. As pessoas têm muito receio do diagnóstico. Há pacientes que não aceitam que têm pressão alta ou que são diabéticos. O importante não é o rótulo do diagnóstico, porque essas doenças, se tratadas, não trazem sobrecarga. O problema maior é não tratá-las. O paciente deve ter medo de não ser diagnosticado e tratado, e não do diagnóstico e do tratamento.
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