Os cortes no orçamento da educação promovidos pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) resultaram na primeira Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) a decidir pela paralisação das atividades. Em assembleia geral realizada na tarde de terça-feira (10), os estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) optaram por começar uma greve geral, por tempo indeterminado, contra as restrições no orçamento. A falta de verbas já impede o funcionamento dos Restaurantes Universitários (RUs), item essencial para manter muitos estudantes no ensino.
Em nota, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) Luís Travassos informou que a escolha se deu “por ampla maioria”, e que em breve a entidade irá divulgar “a Carta de Deflagração da Greve, com todas as bandeiras de reinvidicação aprovadas em Assembleia Geral Estudantil”. Os grevistas defendem ainda uma paralisação nacional do setor. Durante a assembleia, também foi proposta como pauta a pressão contra o projeto Future-se, do governo federal.
As primeiras movimentações começaram na quinta-feira (15), quando 15 cursos da UFSC entraram em greve. Na segunda (9), o número já era 50.
A Associação dos Professores da UFSC (Apufsc) anunciou a convocação de uma assembleia geral da categoria para o próximo dia 16, quando irão debater a situação na universidade e colocar em regime de votação a adesão à greve. São 2,7 mil professores aptos a votar, e o resultado está previsto para quinta-feira (19).