De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma pessoa se suicida a cada 40 segundos, no mundo. Em um relatório divulgado ontem, véspera do Dia Mundial para a Prevenção ao Suicídio, lembrado nesta terça-feira, a organização alerta sobre a necessidade dos governantes mundiais estabelecerem estratégias nacionais, instituindo medidas preventivas e orientações claras para auxiliar a população a lidar com o tema, que costuma ser encoberto por uma nuvem de preconceitos e incompreensão.
Dos 183 países integrantes da Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 38 pesquisados pelo organismo, entre eles o Brasil, contam com uma estratégia nacional de prevenção ao suicídio. Embora represente um aumento de quase 35% em comparação aos 28 países que em 2014 tinham estabelecido políticas públicas para lidar com o tema, o resultado ainda é considerado insuficiente pela OMS.
Conforme o relatório, o número de ocorrências registradas não representa fielmente a realidade, já que, para cada morte devidamente registrada, há muitas outras tentativas e óbitos que não chegam a ser contabilizados como suicídios. No Brasil, em 2017 - ano dos últimos dados consolidados -, 12.495 pessoas tiraram a própria vida - 1.349 delas no Rio Grande do Sul (o terceiro maior número do Brasil, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais).
Segundo a OMS, apenas 80 dos 183 países-membros da organização dispõem de informações de "boa qualidade" sobre o tema, o que dificulta a elaboração de uma estratégia nacional eficaz. Ainda de acordo com a organização, 79% de todos os casos mundiais se concentram em países de baixa renda - ainda que, por razões demográficas, as maiores taxas de casos por cada grupo de 100 mil habitantes tenham sido registradas nos países desenvolvidos e de maior poder aquisitivo.
Após avaliarem experiências bem-sucedidas em diversas nações, os responsáveis pelo relatório apontam que as formas mais eficazes de reduzir o número de suicídios incluem medidas para dificultar o acesso a alguns meios de se matar; a sensibilização dos meios de comunicação sobre a importância de abordar o assunto da forma correta; a oferta de programas que ensinem os jovens a lidar com as frustrações e problemas cotidianos e a identificação de pessoas sob risco, oferecendo-lhe todo o apoio necessário.