O número 711, da rua Santa Terezinha, localizada no bairro Santana na capital gaúcha, foi transformado há mais de duas décadas. O prédio, de propriedade municipal, foi utilizado pela Fundação de Atendimento ao Deficiente e ao Superdotado no Rio Grande do Sul (FADERS) como sede do Centro Ocupacional de Porto Alegre (COPA) e há 24 anos abriga histórias de superação através da inclusão laboral.
Fundada por familiares de alunos da antiga COPA, a Cooperativa Social de Produção e de Prestação de Serviços de Porto Alegre (Coopersocial) atende pessoas adultas com deficiência com o objetivo de potencializar a independência pessoal dos seus cooperados. Dentro das atividades prestadas pela cooperativa estão: fabricação de fraldas, absorventes geriátricos e sacos de lixo; montagem de conjuntos, que variam conforme as demandas das empresas contratantes e colagem de etiquetas – também variáveis pela demanda.
Além das atividades voltadas para a produção, os cooperados, como são chamados, também recebem reforço pedagógico, biodança e atividades extras do cotidiano. “Buscamos trazer o trabalho como forma de exercício da cidadania e da socialização”, explica a atual secretária e ex-presidente da cooperativa, Sônia dos Reis.
A iniciativa surgiu da dificuldade dos antigos alunos da COPA em se inserirem, ou manterem-se, no mercado de trabalho usual. “Na época da criação da cooperativa, o discurso da inclusão não tinha tanta força quanto agora”, explica Sônia. Mesmo com o passar do tempo e com uma promoção das políticas inclusivas, alguns cooperados ainda apresentam dificuldades para a permanência em trabalhos fora da organização.
A instituição se mantém devido aos trabalhos realizados pelos cooperados, que também recebem uma parte simbólica do montante arrecadado, e a doações, tanto de familiares que mantém a cooperativa, como de empresas contratantes dos serviços prestados.