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Patrimônio histórico

- Publicada em 04 de Agosto de 2019 às 19:44

Revitalização do viaduto da Borges, em Porto Alegre, está sendo revisada

Estudo estimava custo de R$ 34 milhões para recuperar toda a estrutura

Estudo estimava custo de R$ 34 milhões para recuperar toda a estrutura


/MARCO QUINTANA/JC
Com projeto concluído em 2015, a revitalização do viaduto Otávio Rocha, na avenida Borges de Medeiros, voltou a tramitar na prefeitura de Porto Alegre no último mês. O estudo, encomendado pela Associação Representativa e Cultural dos Comerciantes do Viaduto Otávio Rocha (Arccov) e outras entidades da sociedade civil e elaborado pelo arquiteto Alan Furlan, está sendo revisado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Smim) e pela Secretaria Municipal de Cultura (SMC).
Com projeto concluído em 2015, a revitalização do viaduto Otávio Rocha, na avenida Borges de Medeiros, voltou a tramitar na prefeitura de Porto Alegre no último mês. O estudo, encomendado pela Associação Representativa e Cultural dos Comerciantes do Viaduto Otávio Rocha (Arccov) e outras entidades da sociedade civil e elaborado pelo arquiteto Alan Furlan, está sendo revisado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Smim) e pela Secretaria Municipal de Cultura (SMC).
Enquanto a Smim atualiza o orçamento do projeto (os valores de 2015 estão defasados), para que a prefeitura busque recursos para sua execução, a Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural (Epahc) da SMC realiza análise técnica do estudo, averiguando se a proposta é adequada para o restauro de uma construção que é patrimônio histórico de Porto Alegre, o que exige mais cuidados do que uma obra comum. A diretora da Epahc, Ronice Borges, estima que a análise seja finalizada em cerca de dois meses.
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Adacir José Flores, presidente da Arccov, garante que a entidade consegue viabilizar a execução do projeto sem que a prefeitura gaste um centavo, desde que o município compartilhe oficialmente o estudo com a associação. "Somos aptos juridicamente a sermos parceiros do governo e buscar recursos", ressalta. No projeto, consta orçamento de R$ 34 milhões para qualificar o viaduto inteiro, o que envolve suas quatro escadarias, seus 26 espaços para lojas, suas passarelas inferiores e a passagem superior. Flores cita como possibilidades de captação de recursos as contrapartidas de investimentos privados feitos na região central e a destinação de emendas parlamentares à revitalização.
Por enquanto, porém, o presidente da Arccov, que também é permissionário do Espaço Cultural Qorpo Santo, embaixo do viaduto, demonstra desesperança. "As coisas não fluem. É como se ninguém se responsabilizasse por nada no viaduto", lamenta. Sua percepção se deve ao fato de haver cinco lojas com as portas fechadas, das 24 possíveis de serem ocupadas (as outras oito estão sem energia elétrica, devido ao furto da fiação) e à falta de pagamento de aluguel por grande parte dos lojistas - muitos, segundo Flores, se encontram em situação irregular, tendo sublocado os espaços dos permissionários originais.
"Precisaríamos nos reunir com a prefeitura e o Ministério Público para fazer um acordo, regularizando a situação de todos os permissionários e estipulando um aluguel mais baixo", pontua o presidente da entidade. Os lojistas chegam a pagar alugueis de até R$ 1,4 mil e, conforme Flores, ainda precisam arcar com reparos e reformas para viabilizar o uso dos espaços. "Às vezes querem colocar a culpa nos permissionários da situação em que o viaduto se encontra, mas, na verdade, estaria pior se não fôssemos nós."

Segurança melhorou com a presença da polícia, diz presidente da Arccov

Apesar das reclamações, o presidente da Arccov reconhece que a situação no viaduto da Borges já foi bem pior, até um ano atrás, quando a Brigada Militar retirou as pessoas que ocupavam a parte inferior do espaço, que, de acordo com Adacir Flores, em grande parte eram criminosos que se misturavam entre a população de rua para traficar drogas e cometer outros delitos, tensão que durou cerca de dois anos. Desde então, o policiamento ostensivo foi intensificado na região e os comerciantes têm mais paz, vendo voltarem, também, os clientes das lojas.
Além da revitalização, a Arccov faz campanha pela realização de eventos perto do viaduto, a fim de deixar a região mais viva e segura. Uma ideia da prefeitura foi promover feiras e outras atividades que contassem com a presença de food trucks no local. Após algumas tentativas, porém, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico constatou a inviabilidade da proposta - houve dificuldades técnicas, porque o espaço é estreito demais para estacionar os caminhões e comportar os geradores e as pessoas presentes, e o lugar não recebeu público suficiente a ponto de atrair os empresários. Diante de alguns chamamentos para eventos que não tiveram food trucks interessados, o município desistiu da ideia.
Descartados os food trucks, não houve outras propostas para o espaço. "Tinha um grupo de artistas plásticos que fez algumas feiras por aqui, mas não vingou", lembra Flores, que sonha que a Feira Multicultural do viaduto, realizada algumas vezes, se torne tradicional e aconteça diariamente, para dar mais segurança para o transeunte e valorizar o viaduto. "É uma obra única no mundo, o único viaduto em que se pode andar por baixo, por cima e pelos lados. Precisamos valorizá-lo", defende o lojista.
No dia 17 de agosto é comemorado o Dia Nacional do Patrimônio Histórico. Ainda não há confirmação de atividades comemorativas no local.