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- Publicada em 23 de Julho de 2019 às 21:20

Brasil terá presídios sustentáveis em energia

Segundo Deboni, projeção é que investimento se pague em quatro anos

Segundo Deboni, projeção é que investimento se pague em quatro anos


/CLAITON DORNELLES /JC
Isabella Sander
Uma parceria entre empresas brasileiras e alemãs viabilizará a construção de presídios que gerarão sua própria energia e terão parte de seu abastecimento garantido com a água da chuva. No Brasil, a Verdi e a Siscobras, que já constroem prisões com estrutura pré-moldada, serão as únicas detentoras dessa tecnologia. A estimativa é que, com a economia em contas de luz e água, uma casa prisional para cerca de 600 detentos se pague em quatro anos. O tempo médio de construção de uma prisão neste modelo é de seis meses.
Uma parceria entre empresas brasileiras e alemãs viabilizará a construção de presídios que gerarão sua própria energia e terão parte de seu abastecimento garantido com a água da chuva. No Brasil, a Verdi e a Siscobras, que já constroem prisões com estrutura pré-moldada, serão as únicas detentoras dessa tecnologia. A estimativa é que, com a economia em contas de luz e água, uma casa prisional para cerca de 600 detentos se pague em quatro anos. O tempo médio de construção de uma prisão neste modelo é de seis meses.
Nos últimos dez anos, as empresas construíram mais de 100 presídios e fizeram 40 obras na área da segurança pública, tudo utilizando a estrutura pré-moldada, que tem tempo médio de construção de oito meses, muito reduzido em relação à construção tradicional, que pode levar anos. A projeção é que a nova tecnologia, que utiliza sistema fotovoltaico translúcido gerador de energia solar, seja aplicada em mais 100 prisões nos próximos anos.
Nomeada de "Meacs Brasil", a iniciativa prevê a instalação de telhados transparentes, que permitem que 25% da energia necessária sejam garantidos pela luz solar, e a instalação de fotovoltaicos que geram os 75% de energia restantes. As empresas esperam que, além de a energia cobrir 100% da demanda dos presídios, haja também excedente que pode ser redirecionado para companhias externas, tornando-se fonte de renda para as casas prisionais. Da mesma forma, o sistema construtivo pode ser usado em escolas, hospitais ou qualquer outra estrutura em lugares com baixo nível de infraestrutura pública.
O engenheiro Henrique Deboni, diretor da Verdi, alerta para a necessidade de a engenharia buscar meios de desperdiçar menos as fontes de energia existentes no Brasil. "É nossa função gerar economia na engenharia e promover a sustentabilidade e, com este projeto que envolve Brasil e Alemanha, criamos um sistema aplicável em muitos contextos", comemora.
Deboni reconhece, como desafio, o que chama de "adversidades nacionais, pela burocracia que existe no Brasil para a implantação de novas tecnologias", como a que a empresa está lançando. Mesmo assim, afirma ter confiança na tecnologia, que se paga em quatro anos.
Ingrid Lützkendorf, coordenadora do projeto pelo Institut für Angewandte Bauforschung (IAB), empresa alemã parceira da Verdi e da Siscobras, explicou como as construções serão feitas. Os telhados serão construídos de maneira convencional, mas com telhas transparentes, e as placas de energia solar fotovoltaica serão instaladas por cima delas. "Fizemos testes em contêineres, que foram muito bem-sucedidos", assegura. A energia é autossuficiente para espaços com até 630 pessoas.
Com relação ao abastecimento de água, Ingrid explica que o abastecimento previsto pode armazenar 20 metros cúbicos de água da chuva por dia, servindo como complemento para o consumo em um espaço para cerca de 600 pessoas. "Já temos tecnologia para ter um abastecimento total por água da chuva, mas ela ainda não é financeiramente viável", observa.
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