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Infraestrutura

- Publicada em 10 de Julho de 2019 às 23:21

Movimento quer terceira ponte do Guaíba

Iniciadas em 2014, obras da segunda ponte devem ser concluídas até o ano que vem

Iniciadas em 2014, obras da segunda ponte devem ser concluídas até o ano que vem


CLAITON DORNELLES /JC
O Movimento Ponte do Guaíba, que encabeçou a luta pela construção da segunda ponte sobre o lago, ainda não concluída, tem trazido outra demanda nos últimos dias - a execução de uma terceira ponte, fazendo a ligação entre os municípios de Viamão e Barra do Ribeiro. A diferença desta é que, segundo Luiz Domingues, presidente do movimento, não haveria necessidade de investimento de recursos do poder público na obra, pois haveria interessados na iniciativa privada em pagá-la.
O Movimento Ponte do Guaíba, que encabeçou a luta pela construção da segunda ponte sobre o lago, ainda não concluída, tem trazido outra demanda nos últimos dias - a execução de uma terceira ponte, fazendo a ligação entre os municípios de Viamão e Barra do Ribeiro. A diferença desta é que, segundo Luiz Domingues, presidente do movimento, não haveria necessidade de investimento de recursos do poder público na obra, pois haveria interessados na iniciativa privada em pagá-la.
Na semana passada, Domingues foi à Assembleia Legislativa falar sobre o andamento da construção da atual ponte e entregar um pré-projeto feito pelo movimento sobre a execução da terceira estrutura. A intenção do grupo é que o documento seja entregue ao governador Eduardo Leite, para avaliação.
Conforme Domingues, a ideia é que a ERS-118 passe por uma concessão, na qual a iniciativa privada se incumbiria de criar 55 quilômetros de estrada nova até a região de Itapuã, em Viamão, onde seria construída uma ponte de ligação a Barra do Ribeiro.
Entre os ganhos com o prolongamento da rodovia e a criação da terceira ponte, Domingues cita o desafogamento da entrada de Porto Alegre (pois seria criado um atalho por ali para quem rumar para a Zona Sul do Estado), a criação de um polo industrial em Viamão, de indústrias que utilizam o porto do Rio Grande para enviar suas cargas, e um impulsionamento das atividades do próprio porto, que teria acesso mais fácil para empresas da Região Metropolitana.
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O modelo de concessão sugerido pelo movimento é inspirado no já utilizado pelo grupo CCR em São Paulo, que realizou melhorias em rodovias e criou, no entorno, uma área industrial de interesse de um grupo de empresários.
O investimento geraria melhores condições de qualificar a economia da Metade Sul do Estado, tradicionalmente mais pobre do que a Norte. "Queremos chamar todas as empresas e fazer uma audiência pública na Assembleia Legislativa para explicarmos o projeto e o quanto ele desenvolverá a Metade Sul, que hoje está parada economicamente", destaca Domingues. Para o presidente do Movimento Ponte do Guaíba, o prolongamento da ERS-118 e a construção da estrutura permitiriam que empresas da região disputassem incentivos federais que, hoje, "a outra metade ganha de mão beijada".
A Secretaria Estadual de Governança e Gestão Estratégica (SGGE) trabalha na concessão de rodovias estaduais, mas a ERS-118 não entrou no pacote atual, porque passa por obras de duplicação, cuja retomada foi anunciada em junho. Em nota, a SGGE informou que o governo do Estado não planeja, no momento, a construção de uma terceira ponte no Guaíba, mas que "o corpo técnico não descarta a análise e o aproveitamento de projetos apresentados pela iniciativa privada que possuam os elementos técnicos, jurídicos e econômico-financeiros para contribuir para a evolução das obras da ERS-118".

Parlamentares são incitados a checar possíveis falhas estruturais na segunda ponte

Além de propor uma terceira ponte sobre o lago, o Movimento Ponte do Guaíba tem se dedicado a garantir que a segunda seja entregue sem falhas. Na semana passada, na Tribunal Popular da Assembleia Legislativa, Domingues pediu para os parlamentares checarem eventuais problemas estruturais na obra. Nesta semana, o presidente do movimento compareceu à Câmara Municipal de Porto Alegre para propor aos vereadores que verificassem como está o processo de reassentamento das famílias atingidas.
O presidente do movimento alega que o projeto original previa que a ponte fosse construída 8m40cm mais alta do que a que foi de fato executada, e que o projeto entregue pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) ao consórcio Ponte do Guaíba, vencedor da licitação, já era oito metros mais baixo, o que pode prejudicar a passagem de grandes embarcações.
Domingues também demonstrou preocupação com a alça de acesso da ponte com a BR-290, que, de acordo com ele, apresenta uma curva muito fechada, que geraria riscos especialmente para veículos grandes, como caminhões e ônibus. "Queremos que a ponte seja entregue logo, mas não queremos que seja como a BR-448, que tem curvas fechadas que já causaram mortes", ressalta. O grupo pleiteia uma simulação de tráfego na alça. Em nota, o Dnit se limitou a dizer que "não há qualquer problema no projeto".
A Câmara tratou do assunto em sua Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Os parlamentares definirão que visitarão em setembro as cerca de 500 famílias a serem reassentadas, que hoje vivem nas ilhas dos Marinheiros e Pavão. Os vereadores pretendem ouvir as pessoas que residem sob o traçado ou dentro da área de preservação, no entorno da obra, para saber se elas estão satisfeitas com os encaminhamentos do Dnit.
Iniciadas em 2014, as obras da nova ponte do Guaíba devem ser concluídas até o ano que vem. O empreendimento, com valor de R$ 757 milhões, terá uma extensão de 2,9 quilômetros, com um total de 7,3 quilômetros em obras de artes especiais, entre alargamento da ponte Saco da Alemoa, elevada e viadutos.