Plataforma de adoção on-line ajuda a encontrar lares para animais abandonados

"Adote uma vida para alegrar a sua". Essa é a frase que norteia a iniciativa do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) do Rio Grande do Sul, que lançou oficialmente nessa terça-feira (23) uma plataforma para adoção de animais no site da entidade. Cães, gatos, aves e até cavalos farão parte do catálogo, que tem como objetivo direcionar os bichinhos para um lar com donos responsáveis.

Segundo a presidente do CRMV, Lisandra Dornelles, a ideia surgiu de uma necessidade. "Uma amiga estava procurando um gato para adotar e perguntou se eu não tinha quem indicar. Questionei em um grupo de Whatsapp se alguém teria indicação. Uma enxurrada de pessoas se manifestou. A partir daí, pensei: por que não criar uma iniciativa que ajude a arrumar donos para animais abandonados?", lembrou a presidente.

A vantagem de uma plataforma associada ao CRMV é o acesso à informação, afirma Lisandra. O site oferece dados específicos de cada espécie, a fim de auxiliar na escolha dos adotantes, que podem avaliar se estão aptos ou não para receber determinado animal de acordo com as particularidades de cada categoria. Informações sobre guarda responsável, indagações sobre se o dono está preparado, importância da castração e cuidados para cada espécie serão atualizados no site.

Cerca de 20 pessoas trabalham para colocar a plataforma no ar, incluindo membros da Comissão de Serviço Social e Interesse Público.

Qualquer pessoa pode doar ou adotar bichinhos, desde que corresponda aos pré-requisitos exigidos, como a garantia de atendimento veterinário, castração, vermífugo, alimentação, local com condições saudáveis ao animal e atendimento às necessidades específicas de cada espécie.

A vendedora Márcia Paixão é protetora independente há dez anos. Com o apoio de uma amiga, que cede o espaço da própria casa, onde há um canil, ambas resgatam animais das ruas. Ao saber da plataforma, sem perder tempo, ela colocou a foto de 'Pretinha', uma vira-lata recolhida das ruas há três meses. Agora, Márcia espera que a cachorra deixe os seus cuidados para integrar uma nova família. 

"É importante esse tipo de iniciativa para os adotantes divulgarem a outros que também queiram doar. A adoção abre espaço para que novos animais possam ser ajudados", diz Márcia. 

'Pretinha' foi resgatada junto com outro filhote, que já foi adotado. De acordo com a protetora, uma série de fatores influenciam para que os cachorros sejam mais ou menos atrativos para os possíveis adotantes, como cor e se o animal é de raça. 

Entre os empecilhos da adoção está a castração. Márcia garante a cirurgia antes do encaminhamento. "Muitos não vêem a importância de castrar por conta do gasto. Nós fazemos esse trabalho para que os animais encontrem um novo dono mais rápido", afirma.

Algumas informações são necessárias para dar início ao uso da plataforma. É preciso preencher um formulário tanto para quem quer adotar ou doar um animal. No caso das doações, depois de selecionada a categoria, é necessário indicar sexo, porte, raça e data de nascimento do bichinho.

O passo seguinte é informar se o animal já foi castrado, se (no caso apenas de gatos) é portador de Fiv (Aids felina) ou Felv (leucemia felina), se possui microchip (identificador) e características da personalidade do bichinho, como sociável, brincalhão ou carinhoso.

A divulgação dos animais fica disponível durante seis meses na plataforma, podendo ser recadastrada depois de expirado esse prazo.