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- Publicada em 20 de Março de 2019 às 01:00

Governo cria comissão para avaliar questões do Enem

Portaria não descreve critérios que serão utilizados para avaliação das questões do exame

Portaria não descreve critérios que serão utilizados para avaliação das questões do exame


LUIZA PRADO/JC
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) nomeou ontem uma comissão para efetuar uma avaliação das questões que estarão na edição 2019 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O órgão, ligado ao Ministério da Educação (MEC), deverá fazer uma "leitura transversal" das questões que compõem o Banco Nacional de Itens, com o objetivo de verificar "sua pertinência com a realidade social, de modo a assegurar um perfil consensual do exame". A portaria não descreve os critérios que serão utilizados para essa avaliação. A comissão terá dez dias para a conclusão dos trabalhos.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) nomeou ontem uma comissão para efetuar uma avaliação das questões que estarão na edição 2019 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O órgão, ligado ao Ministério da Educação (MEC), deverá fazer uma "leitura transversal" das questões que compõem o Banco Nacional de Itens, com o objetivo de verificar "sua pertinência com a realidade social, de modo a assegurar um perfil consensual do exame". A portaria não descreve os critérios que serão utilizados para essa avaliação. A comissão terá dez dias para a conclusão dos trabalhos.
O governo do presidente Jair Bolsonaro vinha mencionando a criação do grupo desde fevereiro, em declarações que apontavam a necessidade de eliminar itens que abordem uma suposta "ideologia de gênero", que estimularia a sexualização precoce dos estudantes. Desde então, especialistas em educação têm manifestado o temor de que essa avaliação tenha caráter ideológico, comprometendo os parâmetros de excelência necessários para a realização de um exame de abrangência nacional. Outro temor dos educadores é que o próprio protocolo de elaboração do Enem seja prejudicado, colocando em risco a lisura da prova.
Farão parte da comissão o secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior do MEC, Marco Antônio Barroso Faria; o diretor de Estudos Educacionais do Inep, Antônio Maurício Castanheira das Neves; e o procurador de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina, Gilberto Callado de Oliveira, que também será representante da sociedade civil.
Os três membros assinarão um termo de sigilo, e poderão recomendar a não utilização de determinadas questões na prova. A Diretoria de Avaliação de Educação Básica do Inep poderá fazer um recurso por questão, mas a palavra final será do presidente do órgão, Marcus Vinicius Rodrigues. As questões inclusas no Banco Nacional de Itens passam por dez etapas de produção, que envolvem desde o treinamento de professores até o pré-teste dos itens, além de revisão por parte de especialistas das áreas de conhecimento envolvidas.
O Inep afirma que eventuais "questões dissonantes" não serão descartadas, mas sim "separadas para posterior adequação, testagem e utilização, se for o caso". Falando sobre os trabalhos da comissão, Rodrigues procurou tranquilizar os estudantes, garantindo que as mudanças não afetarão as oportunidades de acesso ao Ensino Superior.
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