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Geral

- Publicada em 20 de Março de 2019 às 15:01

Ufrgs aciona Abin e Polícia Federal após ameaças compartilhadas nas redes sociais

Ameaças reproduzidas nas redes sociais apontam como suposto alvo campus do Vale da Ufrgs

Ameaças reproduzidas nas redes sociais apontam como suposto alvo campus do Vale da Ufrgs


CLAITON DORNELLES /JC
Patrícia Comunello
Alunos e professores de um dos campi da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufgrs) vivem nesta quarta-feira (20) clima de tensão e até medo devido a mensagens trocadas em redes sociais que falam de uma suposta trama de um atentado na instituição. O alvo seria o Campus do Vale, no bairro Agronomia. Em posts, há referência aos autores do massacre em Suzano, na semana passada.
Alunos e professores de um dos campi da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufgrs) vivem nesta quarta-feira (20) clima de tensão e até medo devido a mensagens trocadas em redes sociais que falam de uma suposta trama de um atentado na instituição. O alvo seria o Campus do Vale, no bairro Agronomia. Em posts, há referência aos autores do massacre em Suzano, na semana passada.
A reitoria levou o caso à Polícia Federal (PF), na tarde dessa terça-feira (19), além da Polícia Civil, Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e inteligência da Brigada Militar, devido principalmente à repercussão. O fato domina as atenções da comunidade. 
O reitor da Ufrgs, Rui Oppermann, reuniu, na tarde dessa terça-feira, diretores das unidades da instituição para abordar a situação. Diretores de cursos que estavam no encontro enviaram e-mail com alertas, que acabaram sendo reproduzidos em grupos de WhatsApp, elevando a preocupação e alimentando as conversas sobre a ameaça. A PF informou que está apurando o caso. 
A origem do alarde foram mensagens postadas na chamada deep web, internet que não é visível ao público e que seria usada hoje para fluxo de informações que podem envolver ilícitos e até crimes. Uma das imagens reproduz postagens com foto de um dos autores do massacre da escola em Suzano na semana passada. Os dois atiradores - um menor com 17 anos e um jovem de 25 anos - teriam usado a deep web para tramar o ataque. No caso da Ufrgs, circula a reprodução de um suposto diálogo na deep web citando ameaças de ataques contra mulheres, com críticas à causa feminista, e negros, com associação a cotas. 
Os temores também acabaram sendo transferidos a grupos de fora da comunidade da Ufrgs. Alunos da Pucrs, em Porto Alegre, também receberam imagens e reprodução de alertas. Uma das mensagens cita o Campus do Vale como local do suposto ataque, pois a "segurança é meramente patrimonial", diz um dos participantes da conversa, que teria pedido um presente de aniversário, e recebeu a oferta de ataque no campus. E escreve: "Mate vadias das exatas no campus do Vale". Os posts têm referência de data e hora e são recentes.
O e-mail que vazou em grupos de WhatsApp é assinado pelo diretor do Instituto de Matemática e Estatística da Ufrgs. No texto, o professor cita que a "mensagem é uma das mais estranhas e difíceis que precisei escrever até hoje". Ele cita a reunião com a reitoria e comenta sobre as mensagens da deep web que se referem à Ufrgs. O professor pede que as pessoas fiquem atentas a situações de anormalidade. 
"Seguindo recomendações que recebi, solicito especial atenção ao ambiente de trabalho, a indivíduos desconhecidos, em atitude suspeita e favor reportar à portaria/vigilância", indicou. "Infelizmente, é impossível estabelecer um perfil para estas ameaças, pode ser qualquer pessoa, a qualquer hora e qualquer lugar." O professor identifica os autores como "pessoas extremamente perturbadas" e que usam um discurso do ódio.      
A reitoria da Ufrgs emitiu nota no começo da tarde informando que "recebeu informações de ameaça de atentado no Campus do Vale, semelhante ao ocorrido em Suzano". A instituição diz que outras universidades já foram alvo de ameaças semelhantes. "Diante disso, a Universidade acionou, preventivamente, o setor de segurança da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), polícias Federal e Civil e o setor de inteligência da Brigada Militar e, ainda, reforçou sua segurança interna".
Segundo a universidade, as medidas buscam manter "todas atividades no local com segurança e tranquilidade". Informações apuradas pelo JC indicam que as aulas estão normais no campus.
Como as pessoas navegam na deep web: é preciso instalar dois programas - um que mascara a localização do IP (a identidade da máquina na internet) e outro para a navegação. A ideia é manter possibilidade de anonimato, com diferentes propósitos. O navegador mais usado é o Tor. A rede funciona com fóruns de discussão, onde cada usuário tem uma identidade e pode lançar foto. Os endereços não se mantêm os mesmos, por isso é difícil rastrear. A internet que não é pública passou a ser um dos grandes desafios para a Polícia, devido à relação com crimes e violência, mas o uso desse ambiente vai muito além disso.
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