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Meio ambiente

- Publicada em 05 de Fevereiro de 2019 às 01:00

STJ manda soltar presos por rompimento de barragem da Vale em Brumadinho

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu ontem pela soltura das cinco pessoas presas, na semana passada, no âmbito das investigações do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG). Em seu voto, o ministro Nefi Cordeiro, relator do habeas corpus, entendeu que os acusados prestaram depoimentos, as medidas de buscas e apreensões foram realizadas e, portanto, não há risco para o andamento das investigações. Os demais integrantes da turma acompanharam, por unanimidade, o voto do relator.
A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu ontem pela soltura das cinco pessoas presas, na semana passada, no âmbito das investigações do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG). Em seu voto, o ministro Nefi Cordeiro, relator do habeas corpus, entendeu que os acusados prestaram depoimentos, as medidas de buscas e apreensões foram realizadas e, portanto, não há risco para o andamento das investigações. Os demais integrantes da turma acompanharam, por unanimidade, o voto do relator.
Com a decisão, foram libertados o geólogo Cesar Augusto Grandchamp, o gerente de Meio Ambiente Ricardo de Oliveira, e o gerente do Complexo de Paraopeba, Rodrigo Artur Gomes de Melo. Todos são funcionários da mineradora Vale. A decisão também alcança André Jum Yassuda e Makoto Namba, engenheiros da empresa alemã Tüv Süd que assinaram o laudo que teria atestado a segurança da barragem.
Enquanto isso, segue o trabalho de busca por vítimas. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o tempo na região tem se mantido firme, o que permite o uso de helicópteros em parte dos esforços de busca. O último balanço, divulgado ontem, apontava 142 mortos, dos quais 120 foram identificados, além de 194 desaparecidos.
Em paralelo, um hospital de campanha montado em uma fazenda acolhe, no momento, 145 animais atingidos pela enxurrada, alguns em estado grave. O maior número é de cães, com 60 animais feridos, mas também há gatos, aves, bois e cavalos, entre outros. Somando bichos devolvidos aos donos ou tratados nas propriedades de seus tutores, mais de 350 animais teriam sido assistidos desde o último dia 25, quando ocorreu a tragédia.
A Polícia Militar de Minas Gerais confirmou, ontem, ter detido ao menos seis pessoas por práticas ilícitas relacionadas ao socorro às vítimas em Brumadinho. Entre os presos está um homem acusado de se passar por policial federal para pedir telefones celulares e dinheiro, alegando que seriam usados pelas equipes de buscas ou para a compra de donativos. Segundo os policiais, o detido tem antecedentes criminais por estelionato, tendo sido reconhecido por duas vítimas.

Região onde ocorreu a tragédia pode ser atingida por surtos de doenças, adverte Fiocruz

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertaram para o possível agravamento de doenças crônicas na população da região atingida pelo rompimento da barragem no Córrego do Feijão. O levantamento aponta risco de surtos de dengue, febre amarela, esquistossomose e leptospirose, além de potencial piora no quadro de pacientes com doenças crônicas, em especial, em áreas mais isoladas da zona rural.
Entre os problemas está a alteração brusca no ecossistema, que pode matar predadores naturais e favorecer a proliferação de vetores para febre amarela e esquistossomose, doenças que são endêmicas na área de Brumadinho. O impacto sobre os serviços de saúde da região, bem como os danos em redes de água e esgoto e as dificuldades para coleta de lixo são outros complicadores que ampliam a possibilidade de surtos na região.
A prefeitura de Pará de Minas decretou, ontem, estado de emergência devido à contaminação do rio Paraopeba. Segundo o decreto, o rio é a principal fonte de água do município de 100 mil habitantes, e os dados obtidos não descartam a presença de materiais pesados ou radioativos.