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Meio ambiente

- Publicada em 04 de Fevereiro de 2019 às 01:00

Bombeiros localizam mais corpos e número de mortos sobe para 134 em Brumadinho

Atualmente, cerca de 400 pessoas compõem força-tarefa de busca

Atualmente, cerca de 400 pessoas compõem força-tarefa de busca


/MAURO PIMENTEL/AFP/JC
Os números divulgados ontem pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais ampliam a dimensão trágica do rompimento da barragem em Brumadinho (MG), ocorrido no dia 25 de janeiro. No momento, o número confirmado é de 134 mortos, dos quais 120 foram identificados, e outros 199 continuam desaparecidos.
Os números divulgados ontem pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais ampliam a dimensão trágica do rompimento da barragem em Brumadinho (MG), ocorrido no dia 25 de janeiro. No momento, o número confirmado é de 134 mortos, dos quais 120 foram identificados, e outros 199 continuam desaparecidos.
As novas vítimas fatais localizadas estavam em um vestiário da Vale, que colapsou com a enxurrada de lama, e em uma área próxima a um trem que funcionava no local. Segundo o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Pedro Aihara, são grandes as chances de se encontrar mais corpos.
Após fortes chuvas na madrugada de domingo, os esforços de busca nas chamadas áreas quentes, próximas à barragem rompida, ficaram interrompidos durante a manhã de ontem. Enquanto era impossível trabalhar na área, as buscas foram concentradas no rio Paraopeba e no entorno, com duas embarcações e a pé. No sábado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) localizou fragmentos de dois corpos no rio, que teriam sido arrastados até lá pela lama. As buscas nas proximidades da barragem destruída foram retomadas na parte da tarde.
As chuvas, porém, devem continuar nos próximos dias, podendo provocar deslizamento de rejeitos que colocariam em risco as equipes. O avanço da pluma de lama no rio, que antes estava em 1km por hora e agora corre em 0,3km por hora, também se intensifica quando chove.
Desde ontem, os bombeiros passaram a usar 15 máquinas pesadas nas buscas, em locais mais próximos à margem do rio Paraopeba, onde a lama está mais sólida. Até então, cinco equipamentos do tipo estavam em uso no local. O efetivo, que atua em regime de revezamento, é de cerca de 400 pessoas, entre militares de Minas Gerais e de outros estados, além de agentes da Força Nacional e voluntários.
O trabalho de resgate, segundo Aihara, tornou-se mais meticuloso, já que os corpos estão localizados em áreas mais profundas do terreno. A previsão é que os esforços de busca em Brumadinho ainda se estendam por vários meses.
 

Pelo menos 30% das notícias mais disseminadas sobre a tragédia são falsas, afirma FGV

De acordo com estudo da Diretoria de Análises de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado ontem, ao menos 30% das notícias mais disseminadas sobre a tragédia de Brumadinho na última semana eram falsas ou incorretas. O levantamento foi feito a partir de todos os links sobre o rompimento da barragem compartilhados no Facebook entre os dias 25 de janeiro e 1 de fevereiro.
Os 100 links com maior interação somavam 26,9 milhões de comentários, compartilhamentos e reações - 30 deles apresentaram recursos de desinformação. Segundo o estudo, a maior parte é de aspecto emocional, mostrando imagens de resgate de pessoas e animais que, na verdade, não têm veracidade comprovada. Na interpretação do pesquisador Lucas Calil, o objetivo das falsas postagens é obter vantagem a partir do alto número de acessos, embora o uso político dos conteúdos não possa ser descartado.
Uma dessas alegações duvidosas foi desmentida pelo Corpo de Bombeiros ontem. Divulgada em redes sociais durante a madrugada, a alegação de que sirenes tinham sido acionadas pela mineradora Vale na região de Brumadinho "não procede". Em nota, a corporação afirma que, embora um som tenha sido relatado de fato, o mesmo "não foi proveniente da região afetada pelo rompimento da barragem ou de outra barragem da Vale", mas sim de uma empresa localizada nos arredores.
Os bombeiros informaram, ainda, que dois operadores de drone foram presos. As equipes que atuam na região utilizaram um radar capaz de detectar a posição dos aparelhos e também dos operadores.
Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as causas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho foi protocolada ontem na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Ao todo, 36 dos 77 deputados estaduais assinaram o pedido, quando o número mínimo necessário era de 26 assinaturas. Segundo a autora do pedido, Beatriz Cerqueira (PT), as investigações vão envolver empresas e órgãos de fiscalização ambiental.
Para entrar em vigor, a solicitação deve ser aprovada pela mesa diretora. Não há data prevista para a confirmação da CPI. Caso seja instalado, o inquérito parlamentar terá prazo de 120 dias, prorrogáveis por mais dois meses.