Centenas de motoristas de aplicativos de transporte protestam, nesta segunda-feira (14), contra a violência em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Os veículos se concentraram no Largo Zumbi dos Palmares por volta das cinco horas da manhã, no Centro Histórico, e saíram em carreata pelas ruas da Capital. Também em protesto, o serviço pelos aplicativos deve ficar paralisado por 24 horas em Porto Alegre.
Desde o final do ano, ao menos dois motoristas foram mortos. Para denunciar a insegurança, uma carreata saiu do local por volta das 8h30min, percorrendo pontos onde há sede de empresas dos aplicativos, como a avenida Sertório, a Terceira Perimetral e a avenida Padre Cacique. Os carros foram identificados com faixas e frases de "Luto" e pedindo o fim da violência.
A principal cobrança dos motoristas é que as empresas de aplicativos atuem com maior rigidez na identificação dos passageiros, além da definição prévia do endereço de destino das corridas. Para o Presidente da Liga dos Motoristas de Aplicativos Joe Moraes, os condutores "estão cansados" de serem submetidos à violência e exigem um cadastro mais completo dos passageiros. "Queremos que as plataformas enxerguem a realidade da insegurança que vivemos e sejam ajustadas", protesta Moraes.
Segundo o presidente da entidade, são inúmeros os casos de assaltos com lesões e até morte. Somente nos últimos seis meses, já são cinco assassinatos apurados envolvendo motoristas da categoria. Na madrugada desta segunda-feira (14), mais um motorista foi baleado em Gravataí, na Região Metropolitana. Mesmo com esses números, Moraes diz que as plataformas de aplicativo "não nos chamam nem para conversar". "As empresas fazem parcerias com o poder público projetos como a revitalização da Orla do Guaíba, mas não investem em seus servidores", denuncia.
A manifestação gera congestionamento em diversos trechos de Porto Alegre. Agentes da EPTC e da Brigada Militar acompanham a carreata para orientar o trânsito e a movimentação.