Na véspera de Natal, a entidade anunciou pelo Facebook que estava fechando, devido ao aumento no número de abandonos, a problemas financeiros e à superlotação do canil. A ONG anunciou que não irá realizar resgate de animais, enquanto a situação financeira e física não forem normalizadas. Mesmo após a divulgação e notícias, algumas pessoas se dispuseram a fazer doações, disseram os integrantes.
Com a chegada do verão e das férias, diversas pessoas deixam o local onde moram para ir viajar e, por não saberem o que fazer com os animais de estimação, acabam abandonando os bichinhos. Segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS), os casos são recorrentes ao longo do ano e ganha mais evidência na época de veraneio.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil conta com cerca de 30 milhões de animais abandonados. Em Porto Alegre, a Secretaria de Direitos dos Animais (Seda) admite não ter dados estatísticos sobre o descaso com os animais. Segundo a Seda, muitos animais acabam sendo deixados na beira de rodovias.
"Independentemente da época do ano, o abandono é um problema sério, crônico e recorrente de maus tratos", relata Lisandra Dornelles, presidente do CRMV. Cães e gatos não são os únicos que sofrem com o abandono. Lisandra lembra que animais rurais e exóticos também sofrem com o descaso dos donos.
Para a presidente do conselho, o recolhimento de animais por órgãos públicos não resolve a problemática dos animais abandonados. "É preciso trabalhar com prevenção, promovendo a educação a respeito do assunto e castrando animais", defende Lisandra, citando o trabalho da Seda como a castração dos bichinhos abandonados.
O abandono de animais e os maus tratos são crimes previstos no Código Penal brasileiro, definidos no artigo 164 do código e no artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal n°9.605/1998).