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Saúde

- Publicada em 11 de Dezembro de 2018 às 21:26

Mais Médicos tem apenas 147 confirmados no rio Grande do Sul

Para Espíndola, cronograma para municípios e hospitais é essencial

Para Espíndola, cronograma para municípios e hospitais é essencial


MARCO QUINTANA/JC
Faltando dois dias para se encerrar o prazo de apresentação dos profissionais do programa Mais Médicos, somente 147 chegaram ao Rio Grande do Sul. Os inscritos no edital para ocupar vagas na Atenção Básica têm até esta sexta-feira para se apresentar junto ao Estado, a fim de conhecer os detalhes sobre os postos que ocuparão.
Faltando dois dias para se encerrar o prazo de apresentação dos profissionais do programa Mais Médicos, somente 147 chegaram ao Rio Grande do Sul. Os inscritos no edital para ocupar vagas na Atenção Básica têm até esta sexta-feira para se apresentar junto ao Estado, a fim de conhecer os detalhes sobre os postos que ocuparão.
Hoje, o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems-RS) receberá os médicos para um acolhimento. "Esperávamos receber 630 (o total de vagas oferecido ao Estado), mas só 147 se apresentaram até agora, e ainda não temos a certeza de que ocuparão as vagas", comenta o presidente Diego Espíndola. 
A preocupação com relação à ocupação de vagas deixadas pelos médicos cubanos, que saíram do Brasil depois que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, anunciou que mudaria as regras a estrangeiros, se soma às incertezas causadas pela falta de repasses a municípios e hospitais. O Cosems estima que a dívida do Estado com os municípios chegue a R$ 669 milhões, e, com os hospitais, a R$ 210 milhões. Para sexta-feira, está previsto um repasse de R$ 80 milhões a hospitais. "Precisamos exigir que o próximo governo estadual (de Eduardo Leite) reconheça a dívida e estabeleça um cronograma de pagamento", explica Espíndola. Há, ainda, uma dívida de R$ 131 milhões do IPE Saúde com os hospitais.
A Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos explica que 31 hospitais estão com restrição nos serviços, mas estima que o número seja maior, visto que alguns preferem não alarmar a população. A secretária de Saúde de Nova Araçá, na Serra, Claudia Regina Daniel, diz que municípios menores estão conseguindo manter a rede devido a ações com parceiros filantrópicos. "Estamos restringindo áreas de pouco impacto, mas houve limitação das cirurgias eletivas. Estamos conseguindo segurar as pontas, mas não se sabe até quando", detalha.
Nos próximos dias, o Cosems deve se reunir com o Ministério Público do Rio Grande do Sul. No final de novembro, o conselho entregou um documento relatando a situação dos municípios e dos hospitais e solicitou a instauração de uma ação civil pública contra o Estado, pedindo o pagamento dos repasses atrasados.

Prisão de Bósio é 'desagradável', diz presidente do Cosems

O presidente do Cosems-RS, Diego Espíndola, classificou como "extremamente desagradável" a prisão do ex-presidente do órgão, Marcelo Bósio, na Operação Mega-Sena. Bósio foi preso junto com o mentor do esquema, o médico e ex-diretor Cassio Souto Santos e a presidente Michele Aparecida da Câmara Rosin. Os três são ligados ao Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à saúde Pública (Gamp), responsável pela gestão da saúde em Canoas desde o final de 2016. Entre as irregularidades, estão superfaturamento de medicamentos e uso de recursos públicos com despesas pessoais. A secretária de Saúde de Canoas, Rosa Groenwald, e o adjunto Marcos Ferreira, ligados à prefeitura do município, foram afastados por 120 dos cargos a pedido do Ministério Público Estadual.
Atual controlador nacional do grupo, Marcelo Bósio foi secretário de Saúde de Canoas entre 2013 e 2016 e presidente do Cosems entre 2014 e 2017. "É triste. A gente não espera por isso. Muitas vezes nos condenam (os secretários de Saúde) por improbidade e nunca era para se enriquecer ilicitamente, era sempre para tentar manter algum serviço para as pessoas. É extremamente desagradável, e a gente se sente triste com toda essa situação que coloca em risco a vida das pessoas", comenta Espíndola.
O Cosems pretende conversar com o Estado para que algum parceiro garanta o serviço de referência prestado por Canoas, caso a situação afete o atendimento.