O atraso no cumprimento de um decreto municipal que obriga a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) a disponibilizar uma plataforma eletrônica para a recarga do cartão TRI com cartões de crédito e débito completa 20 meses.
A longa espera e as promessas de implantação que não são cumpridas fez o vereador de Porto Alegre Marcelo Sgarbossa (PT) agir. Sgarbossa pediu nesta segunda-feira (3) investigação sobre o atraso ao Ministério Público de Contas (MPC). A demora prejudica os usuários de ônibus, que ficam sem uma facilidade e rapidez na recarga. Hoje é possível recarregar o TRI emitindo boleto on-line, mas que cujos créditos não são ativados imediatamente.
Previsto em decreto de janeiro de 2017 em um dos primeiros decretos de Nelson Marchezan Júnior (PSDB) à frente da prefeitura, a possibilidade tinha como prazo-limite o mês de março daquele ano. No entanto, como o
Jornal do Comércio mostrou recentemente, a plataforma ainda não foi implementada.
No documento apresentado nesta segunda-feira (3) ao procurador-geral do MPC, Geraldo Da Camino, Sgarbossa pede a instauração de um procedimento de averiguação para apurar o descumprimento decreto e de supostas irregularidades decorrentes. “Quase dois anos depois que o prefeito Marchezan Júnior assinou o decreto, nada saiu do papel”, reclama o vereador.
Procurada, a ATP informou que a plataforma de recarga com cartões demorou “em função de questões relativas à segurança da operação que envolvem a bilhetagem eletrônica e normas bancárias”. Segundo a entidade a fase de testes com transações reais já foi realizada e estão sendo feitos os ajustes finais do sistema. “A expectativa é que em breve o serviço seja lançado”, indicou a ATP, que não confirmou o lançamento até o final do ano, como prometido em setembro.
“Importante frisar, como já mencionado, que por se tratar de uma operação nova que envolve valores e transações diárias em um ambiente de milhares de usuários, é necessário o máximo de zelo e eficiência quanto à segurança do serviço”, completa a nota da representante das concessionárias
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), responsável por fiscalizar o sistema de transporte coletivo em Porto Alegre, informou nesta terça-feira (4) que a prefeitura
estabeleceu um prazo de 15 dias para que a plataforma entre em vigor. O novo decreto municipal não prevê punição às empresas em caso de descumprimento do prazo.