A Secretaria Estadual da Saúde (SES) informou no sábado que todas as vagas do programa Mais Médicos destinadas aos municípios do Rio Grande do Sul já estão preenchidas. Após o retorno para Cuba, havia 630 vagas a serem ocupadas no Estado.
As vagas eram destinadas a brasileiros depois da saída dos médicos cubanos da cooperação entre o governo federal brasileiro, a Organização Panamericana de Saúde (Opas) e o governo federal de Cuba. Diante de críticas aos profissionais do país por parte do presidente eleito, Jair Bolsonaro, o governo cubano optou por abandonar o programa e levar seus médicos de volta para casa.
Como os profissionais do país caribenho ocupavam em torno de metade das posições previstas no Mais Médicos, o Ministério da Saúde lançou um novo edital de chamamento para preencher as vagas. De acordo com balanço da pasta divulgado ontem, 96,6% das vagas disponibilizadas no programa já foram preenchidas. São 29.780 inscritos com registro profissional no Brasil. Desse total, 20.767 foram efetivados e 8.230 profissionais já estão disponíveis para atuação imediata.
No sábado, Bolsonaro fez novas críticas à presença de cubanos no Mais Médicos - em coletiva de imprensa na brigada da Infantaria de Paraquedista, na Vila Militar, no Rio de Janeiro, afirmou que o programa "destruiu famílias". "Há muitos cubanos que têm famílias lá em Cuba e já constituíram famílias aqui. Esse projeto destruiu famílias. Também tem muita mulher cubana que está aqui há um ano sem ver o seu filho. Isso é mais do que tortura, é um ato criminoso praticado pelo governo de Cuba e pelo desgoverno do PT."
Bolsonaro defendeu que o Brasil não pode deixar pessoas vivendo em regime "de semi escravidão", referindo-se ao programa. "Qualquer um de fora que trabalhe aqui tem que ser submetido às mesmas leis que vocês (brasileiros). Não podem confiscar salários, afastar famílias", declarou.