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- Publicada em 21 de Novembro de 2018 às 16:08

Aulão cobra professores de projetos de esporte em Porto Alegre

Alunos, em sua maioria mulheres com mais de 70 anos, exigem manutenção de educadores

Alunos, em sua maioria mulheres com mais de 70 anos, exigem manutenção de educadores


PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Patrícia Comunello
Um aulão bem diferente ocorreu na frente da prefeitura de Porto Alegre na manhã desta quarta-feira (21). Os alunos eram, em sua maioria, mulheres com mais de 70 anos que foram exigir do prefeito Nelson Marchezan Júnior a manutenção de professores em 16 projetos de esporte realizados em parques, praças e ginásios em diversas regiões da cidade.
Um aulão bem diferente ocorreu na frente da prefeitura de Porto Alegre na manhã desta quarta-feira (21). Os alunos eram, em sua maioria, mulheres com mais de 70 anos que foram exigir do prefeito Nelson Marchezan Júnior a manutenção de professores em 16 projetos de esporte realizados em parques, praças e ginásios em diversas regiões da cidade.
Desde outubro, educadores físicos cedidos pela Secretaria da Educação (Smed) à antiga pasta de Esportes, cujas atribuições foram incorporadas pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Esportes (SMDSE), estão sendo devolvidos à origem. Até agora pelo menos 14 de 32 já estão de volta a escolas. O grupo de manifestantes não quer que mais educadores saiam das atividades e que os que foram retirados sejam substituídos, pois já há aulas sendo canceladas ou muitas serão afetadas. O movimento alertando para o impacto para as atividades foi deflagrado em 2 de outubro com um braço ao ginásio Tesourinha, onde há várias turmas e já há suspensão de atividades.
> VÍDEOS JC: Veja como foi o aulão no Centro de Porto Alegre
Na frente do Paço, o protesto seguiu ao som de músicas que costumam embalar exercícios nos projetos. O professor Rondon Medeiros puxou as alunos e reforçou a luta para manter os projetos. Medeiros lembrou que são mais de 27 anos de projetos e lamentou que a Secretaria de Esportes tenha sido extinta na reforma administrativa do atual prefeito.
"Não é só perder a ginástica, que faz bem ao corpo; tomava remédio para depressão, agora não tomo mais. Se tirar isto da gente (ginástica), o que vai restar? Não é só cuidar dos netos, até para isso temos de ter saúde", argumenta uma aluna. "Queremos a ginástica. Não tirem os professores", disseram em coro as colegas de projeto na Darcy Azambuja. "Queremos os professores, gostamos muito das aulas. Somos todos de terceira idade", diz Marlene Santos dos Santos, do Cecores, no bairro Restinga Nova, na zona Sul.
O secretário adjunto Carlos Siegle de Souza, da pasta de Relações Institucionais e Articulação Política, recebeu integrantes dos projetos, professores e a vereadora Sofia Cavedon (PT). Souza alegou que a retirada dos educadores cumpre recomendação do Ministério Público Estadual (MPE) de "retorno imediato dos cedidos para a Secretaria de Educação". "Não atinge somente a pasta de Esportes", alegou Souza. Na reunião, o secretário disse que, nesta quarta, a prefeitura enviou à Câmara de Vereadores projeto para contratação emergencial de professores para a Educação.
Os idosos já levaram a pauta ao MP de Direitos Humanos de Porto Alegre, pedindo providências e alegando direito à prática de esportes previsto no Estatuto do Idoso. O Ministério Público instalou um procedimento interno. Além dos alunos com mais de 60 anos, a redução de educadores pode comprometer a abertura das piscinas públicas, que recebem muitas crianças e adolescentes no verão e que é um projeta da antiga pasta de esportes.
Segundo relatos de quem foi ao aulão, em muitos locais estagiários estão suprindo as atividades que antes eram orientadas por professores. A previsão é que mais uma leva de educadores seja transferida no começo de janeiro, muitos com nomes já publicados no Diário Oficial do município para se apresentarem nas escolas. Em outubro, a titular da SMDSE, Denise Russo, disse que comunicaria ao prefeito a interrupção da transferência. Uma segunda leva que voltaria em novembro não retornou, mas o temor é que se concretize o que está previsto no diário oficial. Além dos educadores da Smed, existem 59 do quadro da antiga pasta de Esportes.
Um "impasse" é como define Denise Russo sobre a retirada de professores de atividades esportivas. De 89 profissionais da educação, 32 foram convocados a retornar aos seus locais de origem. No entanto, até o momento, 14 professores voltaram, e a SMDSE aguarda decisão do prefeito sobre mais realocações, diz a secretária. "Eles (Smed) querem que os professores voltem e nós não queremos devolver." 
Denise garante que os professores que saíram foram substituídos e que as atividades não foram prejudicadas, mas algumas delas foram substituídas por novas, que foi o caso das danças circulares. Para manter os atuais educadores, a justificativa da SMDSE é que eles desenvolveram competências e formação voltadas ao público que atendem. 
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