Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Saúde

- Publicada em 18 de Novembro de 2018 às 13:58

HCPA buscará governo em janeiro para contratar pessoal para novas áreas

'Em janeiro, vamos começar as tratativas com o novo ministro da Educação', adianta Nadine

'Em janeiro, vamos começar as tratativas com o novo ministro da Educação', adianta Nadine


MARCELO G. RIBEIRO/JC
"Quem olha de fora, acha que tá pronta, mas falta pouco", diz a presidente do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Nadine Clausell, sobre a maior obra do Ministério da Educação (MEC) em andamento no Brasil e que fica em Porto Alegre.
"Quem olha de fora, acha que tá pronta, mas falta pouco", diz a presidente do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Nadine Clausell, sobre a maior obra do Ministério da Educação (MEC) em andamento no Brasil e que fica em Porto Alegre.
Erguer os dois anexos do HCPA, que estão 93% concluídos, pode ter sido a parte menos difícil da empreitada. Nadine, médica e há dois anos no comando de um dos maiores hospitais do Estado e do País, terá, a partir de janeiro, uma autêntica cruzada, como ela mesma define. A presidente e equipe terão de convencer o novo governo federal a autorizar a contratação de pessoal para colocar a nova capacidade em operação.
Sim, porque de nada adianta finalizar a parte física e equipá-la, se não houver profissionais para atender a população no passo seguinte. “Em janeiro, vamos começar as tratativas com o novo ministro da Educação. Vamos apresentar os projetos e mostrar o que o hospital significa”, adianta a médica, que vai pessoalmente ao MEC pleitear a autorização. Nadine evita dimensionar número de servidores que serão necessários. “Estamos otimistas de que as coisas aconteçam. Não tem sentido ficar fechado (hospital), não existe como”, acredita a médica.
Dos dois anexos, que somarão R$ 480 milhões em investimentos em cinco anos - cerca de R$ 390 milhões foram executados -, o um é o que representará a expansão da capacidade. A nova emergência está ali com área triplicada frente a atual, além das 41 salas novas de cirurgia - hoje são 28 -, e o novo centro de tratamento intensivo (CTI), que mais que duplicará a operação atual, passando de 54 para 110 leitos.
Com a expansão, o HCPA passará de 842 leitos de internação, somando o prédio-sede e a unidade Álvaro Alvim, da antiga Ulbra, a quase mil vagas. Hoje são 6 mil funcionários na instituição.
Na investida na capital federal, dois pleitos serão colocados na mesa: a autorização para contratar pessoal, que é mais urgente devido aos procedimentos de seleção e treinamento, e a garantia de recursos para a compra de mobiliário, como macas, e aparelhos básicos, como respiradores e monitores cardíacos. Para equipar a estrutura, incluindo aparelhos mais sofisticados, Nadine diz que são necessários R$ 130 milhões. Para 2019, a expectativa é obter R$ 30 milhões.
A direção do HCPA projeta, caso ocorram as liberações, mesmo que a conta gotas, ter a operação a pleno em dois a três anos, portanto, até 2021. Em Brasília, Nadine espera causar boa impressão e remover qualquer tipo de influência político-partidária ou relação com o governo que está saindo, que deu seguimento ao projeto herdado do primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
"O hospital é muito técnico e apolítico. Precisamos de liberação de vagas e depois de recursos para equipamentos. São muitos pontos a resolver ainda e quem decide não somos nós”, reforça a presidente do HCPA.

Hospital vai mobilizar comunidade para obter verbas

Direção do hospital abrirá anexos à comunidade para reforçar o apoio ao pleito de verbas

Direção do hospital abrirá anexos à comunidade para reforçar o apoio ao pleito de verbas


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Antes de janeiro, Nadine Clausell já movimenta a equipe para uma ação que pretende mobilizar a comunidade em torno do pleito com o novo governo. “Vai ser uma batalha para mostrar a importância social da obra, por isso vamos envolver a comunidade”, adianta a médica. A ideia é remover os tapumes no entorno dos anexos - onde for possível - e convidar os moradores e entidades da sociedade para visitar em dezembro as instalações.
Na segunda-feira passada, o HCPA comunicou que a conclusão das obras que estava prevista para dezembro deve ocorrer até fevereiro. Nadine tranquilizou que não se trata de falta de verbas, mas de detalhes de instalações e testes de equipamentos de grande complexidade que compõem a estrutura. "Estamos acompanhando com lupa cada passo, temos uma gerenciadora da obra." Entre as ações mais delicadas está integrar a comunicação, redes e outros serviços de infraestrutura com o prédio principal, que fica lado.
Mas algumas definições estão dadas. O funcionamento da parte nova começará pelo anexo dois entre março e abril do ano que vem. O prédio abrigará salas de aula, serviços de hemodiálise e reabilitação, sem exigir mais pessoal, pois vai operar com as estruturas existentes.
O fluxo de pacientes para os ambulatórios, situados no prédio-sede, passará pelo anexo dois. Por dia, são 2,5 mil consultas. A entrada será pela rua São Manoel, próxima à avenida Protasio Alves. O Clínicas terá de fazer melhorias na parte viária da região para ajustar ao novo movimento e dar segurança aos usuários.
Além de desatar a disponibilidade de verbas no orçamento federal, que enfrenta déficit elevado e ainda tem sob a conta a espada da emenda constitucional do teto de gastos que impôs o reajuste de valores à inflação anual por 20 anos, valendo desde 2017, o HCPA tem a negociação com a prefeitura de Porto Alegre. Com mais capacidade de atendimento, serão necessários mais recursos para pagar os procedimentos.
Porto Alegre tem saúde municipalizada, com isso faz a gestão centralizada de verbas, de acordo com o que contrata de prestadores. Mas o município depende de aportes federal e estadual. Nadine diz que as conversas com a secretaria da Saúde e o prefeito Nelson Marchezan Júnior estão ocorrendo. Segundo ela, o município diz que vai se movimentar para conseguir mais verbas.
Em 2018, o fluxo de pagamentos somará R$ 160 milhões do Sistema Único de Saúde (SUS). Hoje 90% dos atendimentos do HCPA são pelo SUS, sendo 100% nas consultas em ambulatórios. Outros 25% da receita vêm de convênios, que somarão este ano R$ 50 milhões, informa a presidente.

Confira o que prevê a expansão


MARCELO G. RIBEIRO/JC
  • Emergência: área aumenta de 1.700 metros quadrados (m²) para 5.159 m²
  • Bloco cirúrgico/Centro Cirúrgico Ambulatorial: aumenta de 28 salas para 41 salas
  • Centro de Tratamento Intensivo (CTI): aumenta de 54 para 110 leitos
  • Hemodinâmica: aumenta de três para quatro salas
  • Recuperação Pós-anestésica: aumenta de 22 para 90 leitos e mais 60 poltronas de recuperação
  • Hemodiálise: aumenta de 19 poltronas para 34 leitos para adultos e mais dois pediátricos
  • Hospital-dia: aumenta de seis poltronas para 16 leitos para adultos e mais quatro pediátricos
  • Endoscopia: aumebta de cinco para 10 leitos
  • Fisiatria: novo ginásio para atividades de reabilitação
  • Infraestrutura para ensino e eventos: novos auditórios, salas de aulas e de estudos
  • Recepção e registro de pacientes ambulatoriais: instalações ampliadas, modernizadas e humanizadas
  • Estacionamento: 722 novas vagas cobertas