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Educação

- Publicada em 04 de Novembro de 2018 às 20:53

Redação do Enem aborda manipulação na internet

Estudantes chegaram cedo para conferir local da prova

Estudantes chegaram cedo para conferir local da prova


LUIZA PRADO/JC
Mais de 5,5 milhões de estudantes compareceram ontem em 10.718 locais de 1.725 municípios de todo o País para testar seus conhecimentos no primeiro domingo de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ontem, os candidatos tiveram pela frente 90 questões de linguagem, ciências humanas e a redação. O exame segue no dia 11 de novembro, quando serão aplicadas as provas de ciências da natureza e matemática.
Mais de 5,5 milhões de estudantes compareceram ontem em 10.718 locais de 1.725 municípios de todo o País para testar seus conhecimentos no primeiro domingo de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ontem, os candidatos tiveram pela frente 90 questões de linguagem, ciências humanas e a redação. O exame segue no dia 11 de novembro, quando serão aplicadas as provas de ciências da natureza e matemática.
O primeiro desafio do dia foi não se confundir com o relógio. Com o início do horário de verão a partir da 0h de sábado, os relógios foram adiantados em uma hora, o que, desde quando foi anunciado que a prova iria coincidir com a mudança no horário, gerou preocupação por parte da organização e de quem foi prestar o exame.
Sempre cercado de muita curiosidade e expectativa, o tema da redação do Enem deste ano não poderia ter sido mais atual: "Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet". O texto deveria ser dissertativo-argumentativo, com até 30 linhas, e desenvolvido a partir da situação-problema e de subsídios oferecidos pelos textos motivadores. O texto precisava ser opinativo e organizado para a defesa de um ponto de vista, com a opinião do autor devendo estar fundamentada com explicações e argumentos.
As provas começaram às 13h30min e os participantes tiveram 5h30min para resolvê-las. A nota do exame poderá ser usada para concorrer a vagas no Ensino Superior público pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a bolsas em instituições privadas, pelo Programa Universidade para Todos (ProUni), e para participar do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Para a professora de redação Carol Achutti, do curso on-line Descomplica, o assunto da redação deste ano, dada a repercussão do Enem, atinge toda a sociedade e coloca em discussão o tema da manipulação intensamente vivido no Brasil no último processo eleitoral. "É uma inovação. Colocaram um dedinho na ferida. Por isso, achei importante levantar essa discussão", disse. Segundo ela, a escolha tem um caráter diferente dos anos anteriores. "O recorte escolhido é quase político. Não é social, como estamos acostumados. É perigoso o estudante confundir com fake news (divulgação de notícias falsas), que podem aparecer na argumentação, mas não é só isso".
Conforme a professora, a redação do aluno poderá tratar, dependendo dos textos de apoio da prova, de questões mundiais, envolvendo redes sociais, marketing dirigido, entre outras questões. "Quem for muito partidário e se inflamar pode ser parcial e tangenciar o tema", acrescenta.

Provas ocorreram com tranquilidade em todo o País, afirma ministro Raul Jungmann

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou na tarde de ontem que não havia registro sobre nenhum problema grave em relação à aplicação das provas no primeiro dia do Enem. "Em todo o País, o Enem transcorre na mais absoluta tranquilidade e segurança e espero que assim seja", afirmou.
Jungmann afirmou que 30 mil homens e mulheres fizeram a segurança do exame nacional, com 2.189 escoltas de segurança pública. O ministro relatou que alguns locais registraram falta de água e de energia devido a fortes chuvas, mas não especificou quais. Ele também contou sobre o registro de um roubo em um caixa eletrônico próximo a um local de prova, mas que não teve impacto na realização do exame.
O Ministério da Educação precisou desmentir ontem um boato que dizia que o exame havia sido cancelado. Jungmann afirmou que quem se sentir prejudicado pela circulação de notícias falsas a respeito do Enem, precisa procurar a polícia e a Justiça. "No caso de ser um crime federal, a Polícia Federal tomará as providências", disse, ressaltando que uma investigação só pode ser aberta se houver uma demanda de alguém que se sentiu prejudicado. "Se houver a reclamação, sim. Não podemos fazer de ofício", completou.
O ministro disse ainda que não há anonimato nas redes sociais. "Não cometam a irresponsabilidade em rede social porque, se cometer e isso for um crime, não tenha dúvida que nós vamos achar quem cometeu isso, como já fizemos no passado. Não há impunidade."