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- Publicada em 10 de Outubro de 2018 às 22:26

Polícia investiga agressão a jovem com bóton '#EleNão'

A jovem apresentou marcas feitas com canivete que lembram a suástica nazista

A jovem apresentou marcas feitas com canivete que lembram a suástica nazista


FACEBOOK/DIVULGAÇÃO/JC
Luis Filipe Gunther
A polícia gaúcha começou a investigar em Porto Alegre o caso da jovem de 19 anos que registrou ocorrência por agressão física atribuída a três homens que teriam reagido ao fato de ela ter fixado na mochila um bóton com #EleNão.
A polícia gaúcha começou a investigar em Porto Alegre o caso da jovem de 19 anos que registrou ocorrência por agressão física atribuída a três homens que teriam reagido ao fato de ela ter fixado na mochila um bóton com #EleNão.
A hashtag foi criada para representar o movimento, inicialmente de mulheres, contra Jair Bolsonaro (PSL), candidato ao Planalto que está no segundo turno. A jovem, cujo nome não foi divulgado, apareceu com marcas feitas na sua pele, que lembram a suástica, maior símbolo do nazismo.
A moça prestou depoimento na tarde desta quarta-feira na 1ª Delegacia de Polícia na Capital. Ela contou que foi agredida no bairro Cidade Baixa, na segunda-feira.
Diferentemente do boletim de ocorrência registrado na 2ª DP, na terça-feira, a vítima afirmou que não estava vestindo uma camisa com a estampa do movimento contrário a Bolsonaro, mas o bóton. No mesmo dia, ela fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) na Capital. 
O delegado da 1ª DP Paulo Cesar Jardim explicou que a agressão teria sido feita por três homens brancos que estavam passando pelo colégio Pão dos Pobres, às 20h de segunda, horário em que a jovem chegava do Centro Histórico. Ao se depararem com o objeto na mochila, os homens teriam começado a agredi-la verbalmente "aos gritos de que deveria morrer". Ela contou que respondeu em sua defesa. A partir daí, os três homens partiram para atos violentos. Com um estilete, teriam desenhado na pele da jovem, próximo às costelas, o símbolo nazista.
Jardim diz que a inscrição lembra mais um desenho do budismo. O delegado, especialista em crimes de neonazismo no Rio Grande do Sul, afirmou que a suástica não caracteriza esse tipo de ocorrência. Jardim explicou que os símbolos se diferenciam pelas linhas e direções. De acordo com o delegado, o budista é formado por linhas no sentido horário. Já a suástica, que é baseada em símbolo religioso, é desenhada no sentido anti-horário. "Porém, não podemos confirmar, enquanto não forem conhecidos os agressores", afirma.
A Polícia Civil busca testemunhas e imagens que comprovem a agressão. "Por ter chegado ao nosso conhecimento apenas às 12h desta quarta, isso retardou a nossa atuação. Já foi feita a coleta de exames para a perícia, que deverá ser liberada já no começo da próxima semana", completou o delegado. A jovem está sendo assistida por cinco advogados, dois deles da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa.
Na madrugada de segunda-feira, o mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, 63 anos, conhecido como Moa do Katendê, foi morto a facadas após uma discussão política em Salvador (BA). O capoeirista defendeu o voto em Fernando Haddad (PT) enquanto o agressor, aos gritos, defendia o apoio a Bolsonaro.
Depois de uma série de registros de atos de violência pelo País, cometidos por apoiadores, Jair Bolsonaro (PSL) divulgou mensagem no Twitter afirmando que dispensa voto de quem pratica violência. "Dispensamos voto e qualquer aproximação de quem pratica violência contra eleitores que não votam em mim. A este tipo de gente peço que vote nulo ou na oposição por coerência, e que as autoridades tomem as medidas cabíveis."
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