Criada em 2012, a Patrulha Maria da Penha atendeu, aproximadamente, 60 mil vítimas no Rio Grande do Sul - de janeiro a agosto deste ano, as equipes acompanharam 11.877 mulheres. Hoje, são 37 patrulhas, cinco a mais do que no ano passado.
De acordo com a capitã Clarisse Heck, que coordena o programa, houve uma ampliação recente para os municípios de Farroupilha, Butiá, Charqueadas e São Jerônimo. "Verificamos se há uma estrutura mínima de apoio para suporte, como serviço de apoio jurídico, de abrigo. Precisamos encaminhar as vítimas que necessitem", explica. As equipes são formadas, geralmente, por dois policiais militares.
As ações da Patrulha Militar se iniciam a partir do requerimento da medida protetiva. O Poder Judiciário remete a demanda para os comandos das patrulhas, e, a partir daquele momento, inicia-se uma seleção de prioridades. "Vemos qual a necessidade daquela mulher; algumas são mais urgentes, outras nem tanto", relata. São feitas visitas periódicas à residência da vítima, e a patrulha fica responsável por elaborar relatórios e certidões que são posteriormente remetidos ao Judiciário e anexados ao processo. Os carros sofrem manutenção regularmente, junto com as demais viaturas da corporação.
Para a capitã, o que ainda falta para que o trabalho seja mais eficaz é identificar as causas da violência. "Tem de agir junto ao agressor também, conhecer o passado dele, ver quais as razões pelas quais ele está agindo dessa forma, e fazer com que compreenda que precisa mudar de comportamento", acrescenta, explicando que "mais abrigos e mais viaturas não bastam". No Rio Grande do Sul, existem serviços que trabalham com o agressor, mas, reconhece a capitã, são escassos. "A patrulha não existia antes e foi ganhando visibilidade. Com isso, as mulheres passaram a procurar mais", explica. Hoje, as patrulhas atuam em 31 municípios gaúchos - há regiões com mais de uma viatura.