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- Publicada em 14 de Outubro de 2018 às 23:48

Câmeras de vigilância de Porto Alegre não são monitoradas simultaneamente

Equipamentos registraram ataque no parte;mas nenhuma equipe da Guarda Municipal ou BM foi comunicada

Equipamentos registraram ataque no parte;mas nenhuma equipe da Guarda Municipal ou BM foi comunicada


MARIANA CARLESSO/JC
Isabella Sander
Com dez funcionários para vigiar 1,2 mil aparelhos, o monitoramento das câmeras de vigilância de Porto Alegre não ocorre de forma simultânea em tempo real. A orientação é revezar o foco em cada região da cidade, conforme o horário e a previsão de operações da Guarda Municipal.
Com dez funcionários para vigiar 1,2 mil aparelhos, o monitoramento das câmeras de vigilância de Porto Alegre não ocorre de forma simultânea em tempo real. A orientação é revezar o foco em cada região da cidade, conforme o horário e a previsão de operações da Guarda Municipal.
O assassinato de um homem a facadas no Parque da Redenção na noite de 24 de setembro, por exemplo, não foi percebido pelos fiscais.
O comandante da Guarda Municipal, Roben Martins, afirma que não é verdade que não havia ninguém acompanhando as câmeras no momento do homicídio, mas pode ser que houvesse câmeras sem acompanhamento.
"Tu não consegues enxergar tudo que está acontecendo em todas as câmeras o tempo todo. Mesmo tendo agentes ali, eles não olhariam todas as áreas", justifica. Assegura, contudo, que o monitoramento acontece 24 horas por dia. As imagens são espelhadas no Centro Integrado de Comando do Estado.
No caso específico da morte do homem na Redenção, depois identificado como Fernando Arami Silva Schlosser, de 45 anos, que atuava como cobrador na empresa VTC, responsável por linhas de ônibus da Zona Sul, o comandante da Guarda Municipal afirma que não viu as imagens capturadas pelas câmeras e não sabe por que o crime não foi percebido, e nem mesmo foi notado o homem caído no chão durante horas até ser encontrado. "Pode até ser falha da gente, mas o que acontece, normalmente, é que o pessoal não está olhando aquela câmera naquele momento e não percebe o ato", analisa.
O trabalho de vigilância das câmeras é feito por agentes da Guarda Municipal, da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) no Centro Integrado de Comando (Ceic) de Porto Alegre.
A fiscalização ocorre por demanda, focando em atender a determinadas áreas e fazendo varreduras em determinadas regiões. "Tem uma capacidade de visualização das imagens para cada funcionário, então tu focas em uma região, a não ser que tenha algo acontecendo. Pode, sim, passar despercebido", admite Martins.
O comandante da Guarda Municipal rechaça que a limitação de visualização das imagens se deva à falta de efetivo. Desconhece como a vigilância acontece em outros estados, conhecendo apenas a realidade de Campinas, onde sabe que a organização também é conforme demanda. "Com certeza, já deve ter acontecido lá também de um crime ter passado despercebido", avalia.
A organização por demanda permite o uso das câmeras como apoio em operações presenciais. "Se meu efetivo for a campo na região central para fazer uma operação, fazemos o apoio acompanhando o local pelos vídeos", exemplifica Martins. Depois do crime ocorrido na Redenção, o foco nos dias seguintes foi em praças e parques, não só a Redenção, mas também em outros locais muito frequentados, como o Marinha e o Parcão.
Apesar de as câmeras não serem fiscalizadas o tempo todo simultaneamente, o comandante assegura que o monitoramento evita crimes. Segundo informações da Secretaria Municipal de Segurança (Smseg), entre janeiro e setembro de 2018, foi registrada uma média de uma intervenção por semana da Guarda Municipal em decorrência de situações observadas através das câmeras de vigilância. Os registros envolvem situações diversas, como tráfico de drogas, carro suspeito circulando, caminhão de entulho descartando lixo em local proibido e até mesmo roubos consumados.
O comandante também acredita que a presença de câmeras previna ocorrências, apesar de não haver como medir quantas situações foram evitadas com o cercamento eletrônico. Quando o crime não é evitado ou pego em flagrante, as imagens são encaminhadas para a Polícia Civil, para que faça a investigação, como ocorreu após a morte do homem na Redenção.
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