Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Geral

- Publicada em 25 de Setembro de 2018 às 22:23

Grupo de venezuelanos desembarca em Porto Alegre

Grupo terá auxílio da assistência social para encontrar emprego e escola

Grupo terá auxílio da assistência social para encontrar emprego e escola


MARCO QUINTANA/JC
Suzy Scarton
"Com o coração na mão". Foi assim que o venezuelano Gregorio Montana, de 47 anos, descreveu a jornada de migração que começou no país caribenho e culminou na chegada ao Rio Grande do Sul, na tarde de ontem. Montana faz parte de um grupo de 140 refugiados, alocados em Roraima, no Norte do País, transferido para quatro cidades gaúchas, em mais uma etapa do processo de interiorização. Em Porto Alegre, ficaram 70 venezuelanos, todos abrigados em cinco casas da instituição Aldeias Infantis SOS, no bairro Sarandi.
"Com o coração na mão". Foi assim que o venezuelano Gregorio Montana, de 47 anos, descreveu a jornada de migração que começou no país caribenho e culminou na chegada ao Rio Grande do Sul, na tarde de ontem. Montana faz parte de um grupo de 140 refugiados, alocados em Roraima, no Norte do País, transferido para quatro cidades gaúchas, em mais uma etapa do processo de interiorização. Em Porto Alegre, ficaram 70 venezuelanos, todos abrigados em cinco casas da instituição Aldeias Infantis SOS, no bairro Sarandi.
A recepção acolhedora e a estrutura da casa logo chamaram a atenção da família de Montana, composta por seis pessoas: a esposa e os dois filhos dele, e a cunhada, também com uma filha. "Como éramos muitos em Roraima, não havia trabalho suficiente, e alguns brasileiros já nos tratavam mal. Diziam que não tínhamos direitos por não sermos brasileiros", conta a esposa de Montana, Maigualida Martinez, de 46 anos.
Montana chegou primeiro, há sete meses. Pensou, inicialmente, em migrar para o Peru, mas acabou optando pelo Brasil. A decisão foi tomada ao lado da família, mas o pintor e "faz-tudo" se aventurou sozinho. Demorou três meses para conseguir um trabalho, e, quando empregado, transferia dinheiro aos familiares que ficaram na Venezuela. Pouco tempo depois, o restante da família também decidiu vir para o Brasil. O dinheiro para manter os seis era escasso, e Montana passou a pensar em alternativas. "As pessoas se aproveitavam, ofereciam R$ 50,00 para um serviço que eu cobraria R$ 150,00", explica. Surgiu a opção, então, de participar de um programa da Agência da ONU para as Migrações (OIM), que oferecia transferência para outros estados. Mesmo sem saber para onde iria, a família topou.
O grupo voou de Roraima acompanhado pelo ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame. No total, 230 venezuelanos chegaram ao Sul do País ontem - outras 90 pessoas foram levadas a Curitiba, no Paraná. Dos 140 que ficaram em solo gaúcho, 70 estão em Porto Alegre, 40 foram para Cachoeirinha, 21, para Canoas, e nove, para Esteio. O Estado ainda deve receber amanhã mais uma leva de refugiados, que serão acomodados na cidade de Chapada, na Região Noroeste. "Estamos conversando com várias prefeituras, entre elas, a de Santo Antônio da Patrulha. Também queremos falar com cidades do Centro do Estado para tentar alimentar essa corrente de solidariedade", explica o ministro. Até agora, 2.206 imigrantes já foram interiorizados, mas ainda há cerca de 5 mil morando em abrigos ou nas ruas em Roraima.
A casa em que a família Montana está tem quatro quartos e três banheiros, além de sala e cozinha. O casal estava encantado com a moradia, descrita pelo pintor como "uma mansão". "Espero trabalhar e conseguir reconstruir nossa vida. Não queremos fazer mal a ninguém, nem pegar nada de ninguém. Não somos assim. Dói deixar tudo para trás, deixar a família. Nossa casa não era como essa, mas era minha", completa Montana. 
Além dos refugiados, há 38 crianças e adolescentes abrigados no Aldeias Infantis SOS. A instituição fez uma divisão entre a parte de acolhimento institucional e a destinada aos venezuelanos. "Já começaram a trabalhar a chegada deles com as crianças porque, em algum momento, será um espaço comum. Terão regras de convivência e estaremos acompanhando e dando suporte", detalha a secretária municipal de Desenvolvimento Social e Esporte, Denise Russo.
A secretária acredita que o processo de adaptação à cultura brasileira será mais fácil que a dos senegaleses e haitianos que vieram para o Brasil. "Alguns já estão no País há oito meses. Basta falarmos devagar que eles conseguem se comunicar. Com boa vontade dos dois lados, a conversa flui", opina. Hoje, equipes da Assistência Social irão ao local para cadastrar as famílias e identificar as principais necessidades, como escola para crianças e emprego para os adultos. O suporte financeiro vem do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados e há, ainda, a possibilidade de repasse de uma verba oriunda do Ministério do Desenvolvimento Social.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO