Rio Grande do Sul atinge meta contra pólio e sarampo

Encerrada no sábado com a realização de um segundo Dia D, a campanha de vacinação contra poliomielite e sarampo para crianças de até quatro anos atingiu de última hora sua meta de imunização no Estado. O objetivo de imunizar 95% das crianças entre um e cinco anos foi alcançado por pouco, após a abertura no último sábado das unidades de saúde gaúchas. Porto Alegre, no entanto, registrou menos participação popular e não chegou aos 95%. Mesmo com a campanha finalizada, as vacinas contra as duas doenças seguirão disponíveis nos postos de saúde permanentemente.

Até as 15h de ontem, os municípios do Estado tinham registrado 505.356 vacinas aplicadas contra sarampo (95,54% da meta) e 505.038 contra pólio (95,48% da meta), de uma população de 528.938 pessoas inclusas na faixa etária alvo da campanha. O percentual foi semelhante ao alcançado em nível nacional nesse mesmo horário, de 95,55% contra sarampo e 95,63% contra pólio.

A maior participação na vacinação foi de crianças mais velhas. A abrangência idealizada pelo Ministério da Saúde foi alcançada entre pessoas com dois, três e quatro anos de idade, ou seja, a meta só não foi atingida no Estado entre os bebês de um ano, os quais 121.097 (85,65%) foram imunizados contra sarampo e 121.939 (86,25%) contra pólio.

Em Porto Alegre, a meta era vacinar contra as duas doenças, pelo menos, 61,9 mil das 65.181 crianças de um a quatro anos. Até as 15h de ontem, o registro era de 49.856 (76,5%) aplicações contra sarampo e 50.338 (77,2%) doses contra pólio. O segundo Dia D levou em torno de 1,7 mil crianças aos 110 postos de vacinação da cidade, conforme levantamento parcial.

Na última avaliação realizada pelo Ministério da Saúde, na quarta-feira passada, 137 municípios gaúchos ainda não tinham alcançado a meta. Naquela data, o Rio Grande do Sul tinha vacinado 91,48% do público-alvo contra sarampo e 91,82% do público-alvo contra pólio.

A chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri, chama atenção para o fato de o Estado ter alcançado a meta mesmo com a baixa cobertura de Porto Alegre, que causa grande impacto nos números em nível estadual, uma vez que a população da Capital corresponde a 10% a 12% do número de habitantes do Rio Grande do Sul. "A grande maioria das regionais já estava com mais de 95% há algum tempo", argumenta. Tani revela que 77,8% (387) dos 497 municípios gaúchos atingiram a tempo a cobertura idealizada.

A campanha de vacinação contra pólio e sarampo foi prorrogada até o dia 15 de setembro, devido à baixa cobertura registrada até o dia 31 de agosto, quando, a princípio, se encerraria. Entre as estratégias para aumentar a adesão nos municípios, Tani cita reuniões semanais junto às prefeituras, avaliando caso a caso. "Porto Alegre, por exemplo, teve vários problemas, inclusive de greves, que contribuíram para que a cobertura fosse menor. Viamão, por outro lado, também estava com uma adesão baixa e conseguiu aumentar", analisa. Entre as estratégias, foi incentivada a realização de um segundo Dia D, o chamamento em rádios comunitárias e em escolas de Educação Infantil.