O Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do RS (IPE Saúde) anunciou nesta terça-feira (11) o reajuste médio de 35% nas consultas para os médicos credenciados. Com isso, os valores recebidos pelos cerca de 8 mil profissionais passam, a partir de 1º de outubro, de R$ 47,00 para R$ 62,00, para quem atua como pessoa física, e de R$ 68,00 para R$ 90,00 para pessoa jurídica.
Segundo o presidente do IPE Saúde, João Gabbardo dos Reis, a correção significará R$ 35 milhões a mais por ano pelo pagamento das consultas, que não sofriam correção desde 2011. Gabbardo explicou, ao assinar a portaria com o reajuste na sede do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), que a autarquia não terá mais custos. “Estamos reformulando a sistemática de pagamentos de medicamentos a hospitais e clínicas, como em oncologia. Vamos deixar de pagar algumas taxas, e estes recursos serão canalizados para o aumento das consultas”, explica o dirigente da autarquia, que foi desmembrada do IPE este ano. Agora são duas operações - uma de previdência e outra de assistência em saúde.
O reajuste vai provocar, por outro lado, aumento na coparticipação dos mais de 1 milhão de beneficiários em cada consulta. De uma faixa de desconto de R$ 7,00 a R$ 21,00, por atendimento, dependendo do perfil do plano, o usuário pagará de R$ 9,00 a R$ 28,00. Os valores dos usuários segue o mesmo reajuste Gabbardo avalia a correção para os médicos deve provocar aumento no volume de consultas, pois muitos médicos vinham reduzindo os atendimentos devido à defasagem do valor frente a outros planos e ao mercado.
O presidente do Simers, Paulo de Argollo Mendes, destaca que o reajuste, "mesmo que não seja o ideal", mostra que a nova conduta do instituto e inverte a curva de decréscimo da remuneração dos médicos. "O reajuste é importante é o primeiro passo para melhorar a remuneração dos médicos", aposta Argollo.
O presidente do sindicato reforçou o pleito de o IPE-Saúde adotar o padrão de valores da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), que é a referência atualização de remuneração de consultas e outros tipos de atendimentos, desde visitas a pacientes, exames e cirurgias. "Temos expectativa que ocorra até o fim do ano", diz Argollo. Mas Gabbardo ponderou que o impacto seria muito maior, tanto pelos valores como pela demanda que cresceria até 10%, estimou. O presidente do IPE Saúde diz que a incorporação de novos segmentos na base de contribuição, como o da OAB, pode permitir algum reajuste em procedimentos.