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DE FRENTE PARA O GUAÍBA

- Publicada em 06 de Setembro de 2018 às 00:05

Mãos no guidão e olhos no Guaíba

Ciclovia é opção de circulação e lazer na nova orla

Ciclovia é opção de circulação e lazer na nova orla


MARCO QUINTANA/JC
Não é exagero afirmar que as margens do Guaíba, em Porto Alegre, atraem todo o tipo de pessoa. Em uma tarde ensolarada, homens, mulheres e crianças, de todas as idades, desfrutam da vista privilegiada do encontro das águas com o horizonte. Poder sair da Zona Sul e chegar ao Centro tendo o lago como companheiro de viagem é um dos motivos que fazem as ciclovias da região serem um atrativo a mais para quem procura lazer ou um modo de locomoção limpo e saudável.
Não é exagero afirmar que as margens do Guaíba, em Porto Alegre, atraem todo o tipo de pessoa. Em uma tarde ensolarada, homens, mulheres e crianças, de todas as idades, desfrutam da vista privilegiada do encontro das águas com o horizonte. Poder sair da Zona Sul e chegar ao Centro tendo o lago como companheiro de viagem é um dos motivos que fazem as ciclovias da região serem um atrativo a mais para quem procura lazer ou um modo de locomoção limpo e saudável.
Segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), existem 6,83 quilômetros de ciclovias liberados atendendo diretamente à orla do Guaíba. A mais extensa é a da avenida Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio), com 2,6 quilômetros, que começa no Gasômetro e vai até as proximidades do museu Iberê Camargo. No geral, as condições da ciclovia são boas, mas a própria EPTC não contabiliza toda a extensão da avenida como área exclusiva, uma vez que, embora tenha o passeio compartilhado, não há a largura mínima necessária em alguns locais para pintura da sinalização.
Os números comprovam que o local é o novo queridinho dos ciclistas. Quando cheio, o bicicletário do sistema de bicicletas compartilhadas localizado no Gasômetro disponibiliza 15 veículos. Segundo a Tembici, empresa responsável pela gestão, aproximadamente 20% das viagens do novo BikePOA, cujas operações começaram em fevereiro, passaram pela orla do Guaíba. Além disso, a estação 41, do Iberê Camargo, computa 30.729 viagens de bicicleta, o que representa 14% de todas as viagens do BikePOA entre fevereiro e julho deste ano.
As estações da Usina do Gasômetro, do Ministério Público (na avenida Aureliano Figueiredo Pinto) e da Rótula do Gasômetro, juntas, oferecem 42 bicicletas. A estação do Iberê Camargo, normalmente, disponibiliza 15, mas, por ser uma das preferidas da população, recebe cerca de 40 bikes aos fins de semana.
Voltando ao trajeto, há mais 880 metros de ciclovia, entre as avenidas Beira-Rio e Diário de Notícias, na avenida Padre Cacique. Em seguida, ultrapassando o Iberê Camargo, a ciclovia segue pela Diário de Notícias por mais 2,1 quilômetros. As ciclovias, que se completam, possuem estrutura adequada e sinalização chamativa, de modo a evitar acidentes.
Na Zona Sul, os apreciadores das margens do lago contam com a ciclovia Ayrton Senna, no bairro Ipanema. Essa foi a primeira a ser criada na cidade, em 1993, e tem 1,25 quilômetro de extensão. O local, por não ser tão movimentado quanto a nova orla do Guaíba, pode ser uma alternativa para quem prefere o sossego ao agito. A ciclovia, nesse ponto, é mais larga e, pela menor concentração de pessoas, proporciona um passeio mais tranquilo.
No projeto de revitalização da orla do Guaíba, estão englobadas obras no trecho 2 - da Rótula das Cuias até o Anfiteatro Pôr-do-Sol - e no trecho 3 - entre o anfiteatro e o Parque Gigante. Para os dois trechos, está prevista a construção de ciclovia na área onde, hoje, o passeio é compartilhado. O trecho terá em torno de 1,7 quilômetro.

Usuários das ciclovias pedem respeito de todos para convivência harmoniosa na orla

Amilton Severo evita pedalar nos fins de semana na região

Amilton Severo evita pedalar nos fins de semana na região


/MARCO QUINTANA/JC
O empresário Jose Antonio Martinez, de 67 anos, circula pelas ciclovias do entorno da orla do Guaíba diariamente. O uruguaio mora no Brasil há 40 anos e faz, todos os dias, o trajeto de casa - na Vila Assunção, Zona Sul - até o trabalho - no bairro Menino Deus - de bicicleta. "Acompanho a transformação desde a época em que a orla estava 100% abandonada. Em alguns trechos, foram feitas coisas complexas, que complicaram a vida do ciclista. Mas a grande questão é que respeitem a ciclovia, o ciclista precisa respeitar o pedestre e o motorista, que devem, em retorno, respeitá-lo também", pondera. A ciclovia em frente ao BarraShoppingSul, por exemplo, sofreu intervenções que não foram consertadas.
"Tem pedaços intransitáveis. Tem que ter muito cuidado", alerta. O novo empreendimento do Pontal do Estaleiro também cortou uma ciclovia para proporcionar uma entrada para veículos, algo que foi motivo de protesto dos ciclistas.
Mesmo assim, a orla chama a atenção do empresário por proporcionar, ao amanhecer, um espetáculo quase particular, com direito à participação de quero-queros. "Duvido que alguém de carro consiga curtir esse lindo panorama ao amanhecer e, ainda, ao cair da tarde, o belo cenário digno de aplausos de um pôr do sol majestoso", exalta Martinez.
Embora também tenha a orla como um dos locais preferidos para pedalar, o representante comercial Amilton Severo, de 62 anos, evita fazê-lo aos fins de semana. "Não tem condições, é muita gente, e os pedestres também usam a ciclovia. Às vezes, as pessoas ficam até brabas", conta. Como o representante comercial costuma ter horários flexíveis, ele prefere pedalar na orla durante a semana. "Ficou muito legal, muito bonito. Dá prazer em vir. Procuro sempre vir no horário do pôr do sol", descreve.
Primando pela segurança, o aposentado Luís Bandeira, de 60 anos, também opta por pedalar na orla do Guaíba. Ciclista desde a infância, Bandeira alerta para a ausência de áreas de escape, necessárias para quando o ciclista precisa desviar de alguém ou de algum obstáculo que venha pelo caminho. "Se tu estás a passeio, em baixa velocidade, não vai ter problema. Mas, se for em alta velocidade, pode se machucar", afirma. O aposentado costuma fazer o trajeto da orla até o bairro Menino Deus, onde mora. Antes da revitalização, percorria o caminho na direção oposta, até o museu Iberê Camargo.