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Patrimônio Histórico

- Publicada em 04 de Setembro de 2018 às 22:34

Museu Nacional será reconstruído em quatro etapas

Entre as poucas peças resgatadas por funcionários e bombeiros em meio às chamas estão um quadro de Marechal Rondon e vasos de cerâmica

Entre as poucas peças resgatadas por funcionários e bombeiros em meio às chamas estão um quadro de Marechal Rondon e vasos de cerâmica


/CARL DE SOUZA/AFP/JC
A reconstrução do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, será feita em quatro etapas, incluindo a possibilidade de cessão de um terreno próximo ao local para que as atividades acadêmicas sejam mantidas. Depois de uma reunião, no Palácio do Planalto, o Ministério da Educação confirmou a liberação de R$ 10 milhões para a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a quem o museu é vinculado.
A reconstrução do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, será feita em quatro etapas, incluindo a possibilidade de cessão de um terreno próximo ao local para que as atividades acadêmicas sejam mantidas. Depois de uma reunião, no Palácio do Planalto, o Ministério da Educação confirmou a liberação de R$ 10 milhões para a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a quem o museu é vinculado.
Segundo o ministro da Cultura, Sérgio de Sá Leitão, a primeira etapa envolverá a realização de intervenções emergenciais, como instalação de um toldo, escoramento de paredes, levantamento da estrutura, inventário do acervo e separação do que é possível encontrar nos escombros.
A segunda etapa depende da conclusão da perícia da Polícia Federal no local. Depois de realizada, será contratado um projeto básico e, com base nele, será implementado o projeto executivo de reconstrução. Já a terceira etapa é a da reconstrução propriamente dita. A ideia é usar a lei federal de incentivo à cultura, a Lei Rouanet. O custo da reconstrução só poderá ser estimado depois que o projeto executivo estiver pronto.
A quarta fase, de recomposição do acervo, pode ocorrer em paralelo com a obra de construção. O governo pretende fazer uma campanha internacional para a doação e a aquisição de acervos para o Museu Nacional. "Óbvio que, sobre o acervo perdido, não é possível fazer nada. Mas, no menor prazo possível, a ideia é que a gente possa recuperar o edifício e fazer a recomposição do acervo", ressaltou Sá Leitão.
Ao criticar o modelo atual de gestão da maioria dos museus federais, o ministro da Educação, Rossieli Soares, disse que, tão estratégico como a recuperação do museu, é a mudança do modelo de gestão. "Esse assunto será discutido. A ideia é uma proposição legislativa para adoção de Organizações Sociais no âmbito do governo federal", adiantou Soares, lembrando que o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, é gerido nesse modelo.
Em 2017, segundo dados oficiais, houve o empenho de mais de R$ 3 bilhões para a UFRJ. Segundo o governo federal, o reitor Roberto Leher não apresentou projetos nem solicitação de recursos para aprimorar o sistema de segurança e combate a incêndios no Museu Nacional. "O que foi tratado foi (apenas) apoio para os recursos via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e a situação do terreno ao lado para ampliação", afirmou Soares. "Do total (para a UFRJ), apenas R$ 373 mil foram destinados ao Museu Nacional", acrescentou o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Por enquanto, a Polícia Civil manteve a interdição do prédio histórico devido ao risco de desabamento de estruturas internas. A fachada, que é parcialmente feita de pedra e tem um metro de espessura, está segura. Mas gradis e estátuas, por exemplo, podem cair. O colapso do telhado poderia afetar a estabilidade das imagens. Ontem, peritos estiveram no interior do museu. Enquanto a investigação estiver em andamento, ninguém pode entrar no prédio nem remexer os escombros para não apagar eventuais pistas que possam ajudar a esclarecer a tragédia.
Algumas poucas peças foram resgatadas por funcionários e bombeiros, como um quadro do Marechal Rondon, que estava no hall do museu, meteoritos, dois vasos de cerâmica e fragmentos de crânios humanos.

Bndes lançará edital de R$ 25 milhões para evitar incêndios em museus

O Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) lançará um edital de R$ 25 milhões destinado a projetos de segurança e melhoria de instalações de museus e instituições que tenham acervo. O presidente do banco, Dyogo Oliveira, afirmou que o edital deve ser publicado até o fim deste mês e que valerá tanto para a elaboração de projetos executivos de segurança e melhoria de instalações quanto para a implantação efetiva dessas mudanças. De acordo com o governo, instituições públicas e privadas poderão inscrever projetos.
Como está no âmbito da Lei Rouanet, esse valor representa uma doação - e não um empréstimo - do BNDES. Criada no início da década de 1990, a lei dá incentivos fiscais para investimento em cultura. A decisão foi anunciada após a primeira reunião do presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto, para discutir a situação do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, destruído por um incêndio.