Governo federal promete não limitar entrada de venezuelanos

O governo federal prometeu não fixar limites para a entrada de refugiados da Venezuela no Brasil e reiterou que as fronteiras com o país continuarão abertas. Em evento no sábado no qual anunciou reforços para a assistência à saúde em Roraima, estado que tem recebido o maior fluxo migratório, o presidente Michel Temer disse que o bloqueio é incogitável e inegociável. "Não temos como fechar fronteiras no nosso país, sob pena de praticarmos um ato desumano em relação àqueles que vêm procurar abrigo", declarou.

A barreira é um pleito da governadora de Roraima, Suely Campos, que diz que o estado não tem recursos para atender aos refugiados, o que é rechaçado pela União. Para o ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, não há como controlar o fluxo migratório. "Não há que se falar de limites para o recebimento das pessoas. A cada semana fazemos uma avaliação, a cada dia a Polícia Federal informa a entrada e os organismos internacionais conversam com o governo brasileiro para entender qual é a demanda que temos", afirmou.

O governo enviará uma ação humanitária para atender aos venezuelanos e desafogar os serviços de saúde em Roraima. No total, 36 profissionais, entre médicos, enfermeiros e técnicos de laboratório, viajarão ao estado para prestar atendimento entre hoje e sábado. A iniciativa é da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal vinculada ao Ministério da Educação.

Cerca de R$ 200 milhões já foram liberados pelo governo federal para Roraima, dos quais R$ 187 milhões para a área de saúde. Até agora, 127 mil venezuelanos entraram no Brasil, a maioria fugindo da crise política e econômica. Desse total, segundo dados da Polícia Federal, 60% já deixaram o território nacional. Por ora, 4,7 mil pessoas foram levadas a abrigos em Roraima, e a expectativa é atender 6 mil. A União busca estimular a transferência dos imigrantes para outros estados do País - 820 já foram para sete estados diferentes e, nos próximos dias, sairão mais mil.