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- Publicada em 30 de Julho de 2018 às 22:35

Trensurb faz alerta contra assédio sexual

Ao menos 86% das brasileiras já foram assediadas em locais públicos

Ao menos 86% das brasileiras já foram assediadas em locais públicos


/MARCELO G. RIBEIRO/JC
Isabella Sander
A Trensurb lançou ontem uma campanha para alertar para um problema que atinge grande parte das brasileiras: o assédio no transporte público. Cartazes, painéis e atrações culturais chamarão atenção para o assunto nos próximos três meses, dentro do tema mais amplo da violência contra a mulher. Segundo estudo de 2016 da ONG internacional ActionAid, 86% das brasileiras já sofreram assédio em espaços públicos. Entre elas, 68% sentem medo de serem assediadas no transporte público. Pesquisa de 2017 do Instituto Datafolha aponta que 42% das mulheres com 16 anos ou mais já sofreram assédio sexual.
A Trensurb lançou ontem uma campanha para alertar para um problema que atinge grande parte das brasileiras: o assédio no transporte público. Cartazes, painéis e atrações culturais chamarão atenção para o assunto nos próximos três meses, dentro do tema mais amplo da violência contra a mulher. Segundo estudo de 2016 da ONG internacional ActionAid, 86% das brasileiras já sofreram assédio em espaços públicos. Entre elas, 68% sentem medo de serem assediadas no transporte público. Pesquisa de 2017 do Instituto Datafolha aponta que 42% das mulheres com 16 anos ou mais já sofreram assédio sexual.
Nos últimos três anos, 40 casos de assédio sexual foram registrados por usuárias do Trensurb. O número, contudo, pode ser maior, em virtude da subnotificação das ocorrências. O diretor-presidente da empresa, David Borille, informa que 59 seguranças foram contratados no ano passado para atender a casos como esse.
A campanha é o primeiro projeto coletivo do Comitê Gaúcho Impulsor ElesPorElas, integrante do movimento mundial da Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres HeForShe. Situações de assédio no transporte público podem ser denunciadas na Central de Atendimento à Mulher (telefone 180) ou, se envolverem os trens da Região Metropolitana, nas salas de controle existentes em cada estação ou pelos telefones do centro de controle e da área de apoio, informados em todos os vagões.
Além dos cartazes, atrações culturais como batalhas de rap e grafites estão previstos para acontecerem nos próximos três meses. Durante o lançamento da campanha, um casal de atores percorreu os vagões encenando uma briga, na qual o homem criticava a roupa que a mulher estava usando e a puxava pelo braço. No final, a dupla alertou para o fato de todos saberem que existe machismo na sociedade, mas ninguém se considerar machista, o que denuncia o caráter inconsciente desse tipo de atitude e a necessidade de mudança cultural.
"Achei importante vir, porque o movimento foi lançado mundialmente pela ONU em 2015 e este é o primeiro comitê estadual no Brasil", salienta Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres no País, que esteve presente no lançamento da campanha. Ela cita, ainda, a abrangência das ações previstas, uma vez que 171 mil pessoas usam os trens diariamente e terão acesso ao material informativo.
O assédio no transporte público é uma preocupação da ONU Mulheres no mundo inteiro. "É muito recorrente. É importante que desenvolvamos sistemas de transporte público seguros para as mulheres, para que elas possam se locomover em qualquer hora e lugar em paz, sem serem assediadas e sem terem medo", afirma Nadine. Para a representante da ONU, a mudança só acontece se os homens se engajarem em agirem diferente.
Em diferentes cidades do mundo, inclusive no Brasil, como Rio de Janeiro e Belo Horizonte, já é realidade a existência de vagões exclusivos para mulheres. Na opinião de Nadine, essa não é a solução ideal, mas tem sido uma medida desenvolvida como forma temporária de dar segurança ao público feminino. "A gente gostaria de não ter, mas é preciso garantir que as mulheres tenham lugares seguros, especialmente em momentos de muita lotação, nos quais o risco é maior", observa. Em 2012, o então deputado estadual Mano Changes (PP) chegou a protocolar um projeto de lei para destinação de vagão exclusivo para mulheres nos trens da Trensurb durante os horários de pico. A proposta, porém, não foi para frente, sendo arquivada em 2014.
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