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Saúde

- Publicada em 17 de Julho de 2018 às 22:02

Vacinação contra pólio e sarampo começa no dia 6

Reunião realizada ontem articulou como campanha será feita no Estado

Reunião realizada ontem articulou como campanha será feita no Estado


/MARCELO G. RIBEIRO/JC
Está marcado para o dia 6 de agosto o início da campanha nacional de vacinação contra a poliomielite e o sarampo. O poder público tem o desafio de reverter e tendência de redução na busca pela vacina registrada nos últimos dois anos - no Rio Grande do Sul, a imunização abrangeu, em 2017, cerca de 82% das crianças de até cinco anos. A meta para 2018 é chegar a 95% do público-alvo.
Está marcado para o dia 6 de agosto o início da campanha nacional de vacinação contra a poliomielite e o sarampo. O poder público tem o desafio de reverter e tendência de redução na busca pela vacina registrada nos últimos dois anos - no Rio Grande do Sul, a imunização abrangeu, em 2017, cerca de 82% das crianças de até cinco anos. A meta para 2018 é chegar a 95% do público-alvo.
No início de julho, o Ministério da Saúde emitiu alerta para a baixa cobertura vacinal da pólio, causadora da paralisia infantil, em 312 cidades brasileiras, sendo 17 delas gaúchas. Nesses municípios, a cobertura foi inferior a 50% das crianças menores de um ano. O caso mais grave registrado no Rio Grande do Sul foi a cidade de Herval, onde apenas 7,04% das crianças dessa idade estão imunizadas.
Para articular como se dará a campanha no Estado, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) promoveu uma reunião ontem. "Não podemos ficar parados em relação a essa questão. O Estado vai desenvolver uma grande campanha de mobilização", promete o secretário estadual de Saúde, Francisco Paz. A campanha ocorrerá de 6 a 31 de agosto. Em 18 de agosto, um sábado, será promovido o Dia D, no qual todas as unidades de saúde ficarão abertas.
A Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert) colocou à disposição 350 emissoras, para que a SES faça inserções chamando a população para se vacinar. Outro parceiro é o Rotary Internacional, que já investiu US$ 1,6 bilhão na busca pela erradicação da pólio nos últimos anos e prevê mais
US$ 1,5 bilhão para os próximos três anos. "Nossa preocupação é a baixa procura por vacinas no Brasil e, consequentemente, no Rio Grande do Sul. Assim como aconteceu com o sarampo, se a vacinação seguir baixa, a pólio também pode voltar em dois anos", adverte o governador do Rotary Internacional do Distrito 4.700, Nelço Angelo Tesser.
A pólio está erradicada do Brasil desde 1990, e, no Rio Grande do Sul, não há casos desde 1983. Já de sarampo, o País não registrava ocorrências desde 2014, e, no Estado, não havia circulação desde 1999, mas, em 2018, sete casos importados já foram diagnosticados. Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou aumento, em 2017, no número de ocorrências de pólio, assim como nas de sarampo, em todo o mundo. Em nível mundial, foram registrados 96 casos de pólio em 2017, 54 a mais do que em 2016. Já o sarampo teve 173.330 confirmações, 41 mil a mais do que no ano anterior.
Em relação ao sarampo, de acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil enfrenta pelo menos dois surtos - em Roraima e no Amazonas. Até o dia 27 de junho, foram confirmados 265 casos de sarampo no Amazonas, sendo que 1.693 permanecem em investigação. Já Roraima contabiliza 200 ocorrências da doença, enquanto 179 continuam em investigação. São Paulo e Rondônia também já confirmaram casos. 
Diante da baixa procura pela vacinação, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) lançou campanha para alertar os pais sobre a obrigatoriedade da aplicação das doses em seus filhos. O descumprimento da regra pode levar à perda da guarda da criança.
Segundo Paz, não são verdadeiras as informações propagadas de que a vacinação pode causar problemas na saúde da criança. "Vamos desmascarar essas informações falsas, porque os pais precisam ter a consciência de que a vacinação é importante. A doença precisa ser controlada e eliminada", salienta. O secretário acredita que as fake news que circundam o tema, bem como a segurança causada pelo desaparecimento das doenças, são as principais motivadoras da baixa procura pela imunização.
A preocupação da SES é que a cobertura vacinal seja a mesma em todas as regiões do Estado. Nas 17 cidades registradas com os menores índices de vacinação, a pasta pretende fortalecer o trabalho e a mobilização junto às secretarias municipais de Saúde, aos agentes comunitários e à rede de assistência médica como um todo.

As 17 cidades gaúchas com menor cobertura vacinal contra a pólio (em %)

Herval - 7,04
Tupanciretã - 33,33
Bento Gonçalves - 33,52
Inhacorá - 34,29
Monte Belo do Sul - 35,29
Pelotas - 35,65
Pontão - 37,14
Osório - 37,94
Santana da Boa Vista - 38,24
Tupanci do Sul - 38,89
Santo Expedito do Sul - 39,29
Chuvisca - 41,79
Venâncio Aires - 41,91
Chuí - 43,1
Ubiretama - 44,44
Taquara - 47,3
Vista Gaúcha - 48

Única forma de prevenção ao sarampo é pela vacina

O vírus do sarampo já foi uma das principais causas de mortalidade infantil no País e pode deixar sequelas neurológicas. A doença é facilmente transmissível e provoca manchas vermelhas no corpo, febre alta, tosse, coriza, conjuntivite e pontos brancos na mucosa bucal. A doença se dissemina de forma similar à gripe, por vias respiratórias, através de espirro, tosse, beijo e também pelas mãos.
A vacina contra o sarampo está disponível na rede pública. A mais comum é a Tríplice Viral, que protege ainda contra rubéola e caxumba. A Tetra Viral fornece também proteção adicional contra a varicela. São indicadas duas doses em um intervalo de um a dois meses. Em crianças, o intervalo deve ser um pouco maior, sendo a primeira dose entre os primeiros 12 e 15 meses de vida.