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Saúde

- Publicada em 09 de Julho de 2018 às 21:23

Hospital Beneficência reabre em 1 de agosto

Associação Beneficente São Miguel assinou ontem contrato para assumir a gestão do hospital

Associação Beneficente São Miguel assinou ontem contrato para assumir a gestão do hospital


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Sem poder receber pacientes via Sistema Único de Saúde (SUS) e planos de saúde há, pelo menos, oito meses, o Hospital Beneficência Portuguesa, localizado no Centro de Porto Alegre, teve contrato assinado ontem com um novo gestor. A Associação Beneficente São Miguel (ABSM) promete reabrir o estabelecimento para atender pacientes de planos no dia 1 de agosto.
Sem poder receber pacientes via Sistema Único de Saúde (SUS) e planos de saúde há, pelo menos, oito meses, o Hospital Beneficência Portuguesa, localizado no Centro de Porto Alegre, teve contrato assinado ontem com um novo gestor. A Associação Beneficente São Miguel (ABSM) promete reabrir o estabelecimento para atender pacientes de planos no dia 1 de agosto.
O contrato de gestão e comodato firmado entre a ABSM e o Beneficência tem duração de cinco anos, podendo ser prorrogado. Nesse período, a entidade tem a missão de quitar uma dívida estimada em R$ 81 milhões (entre não pagamento de salários e direitos trabalhistas, pagamentos de fornecedores e de empréstimos, e não prestação de serviços contratados pelo poder público), fazer reformas orçadas em R$ 30 milhões e tornar o hospital superavitário. Segundo o presidente do Beneficência, Augusto Veit Júnior, os 104 funcionários da instituição receberam pouco mais de um salário em um ano de atividades.
Os serviços voltarão a funcionar gradualmente. Em 1 de agosto, a previsão é que já estejam funcionando 50 leitos, dos 160 existentes no local. Por enquanto, serão prestados atendimentos nas áreas de cirurgia geral, neurologia, ortopedia e traumatologia, e na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). A ideia é abrir, ainda, serviços de oncologia e cardiologia intervencionista.
Os planos de saúde Unimed e Instituto de Previdência do Estado (IPE) demonstraram interesse em firmar convênio com o hospital e internar seus pacientes no local. Ainda não há previsão de abertura de leitos pelo SUS, mas os novos gestores negociam possibilidades junto à prefeitura de Porto Alegre e ao governo do Estado.
O Beneficência seguirá atendendo com o mesmo nome, mas com o CNPJ da ABSM. A associação foi criada em Gramado, em 2016, para gerir o Hospital Arcanjo São Miguel, que passava por problemas financeiros e de prestação de serviços, e sofreu intervenção municipal.
O presidente da ABSM, Rafael França, explica que o contrato determina o arrendamento da área do Beneficência. A entidade assume todo o passivo e o ativo do hospital, e fica responsável pela retomada do funcionamento. "A partir de agora, vamos buscar a contratualização de alguns serviços com o poder público e a renegociação de contratos não quitados", afirma.
França evita falar em valores a serem investidos, uma vez que a ideia é renegociar dívidas, mas revela que o espaço já está passando por algumas reformas, especialmente na cozinha. "Teremos duas equipes de gestão, uma focada no futuro da instituição e outra em resolver os problemas do passado. Vamos negociar o que for possível. Já temos alguma verba disponível para reformas e buscaremos mais", assegura. Para reabrir as portas, a associação terá que dispender, de imediato, entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões.

Associação também administrará o Parque Belém

Totalmente fechado há mais de um ano, o Hospital Parque Belém, na Zona Sul da Capital, reabrirá nos próximos meses com um novo gestor - a Associação Beneficente São Miguel, a mesma que administrará o Beneficência Portuguesa. O presidente da entidade, Rafael França, anunciou que o contrato foi firmado há três meses junto aos proprietários do estabelecimento.
A gestão do Parque Belém será feita integralmente pela associação. O local passou por situação semelhante à do Beneficência, com deterioração da infraestrutura, atrasos no pagamento de salários e posterior rescisão de contrato para atendimento através do SUS. O espaço tem capacidade para atender 208 leitos de internação.
O Parque Belém deve ter seu nome trocado para Complexo São Miguel. A meta é ofertar 130 leitos pelo SUS, sendo 100 de enfermaria, dez de recuperação em apoio a quatro salas de cirurgia, dez de UTI e dez de observação para a emergência.
O município não quis contratar leitos no estabelecimento, mas o Estado demonstrou interesse em contratar a estrutura para atender à rede.