Isadora Jacoby

A Holy Design Criativo mudou o foco durante a pandemia, migrando para produtos personalizados

Irmãs apostam na produção de itens criativos personalizados

Isadora Jacoby

A Holy Design Criativo mudou o foco durante a pandemia, migrando para produtos personalizados

Assim como diversas empresas, a Holy Design Criativo mudou seus rumos em função da pandemia de Covid-19. A empresa de Campo Bom, que antes era focada na venda de itens para presentes, percebeu uma demanda de mercado por itens personalizados. Partindo das máscaras, hoje a marca oferece canecas, almofadas, camisetas e outros produtos que podem ser customizados tanto por pessoas físicas como por empresas.
Assim como diversas empresas, a Holy Design Criativo mudou seus rumos em função da pandemia de Covid-19. A empresa de Campo Bom, que antes era focada na venda de itens para presentes, percebeu uma demanda de mercado por itens personalizados. Partindo das máscaras, hoje a marca oferece canecas, almofadas, camisetas e outros produtos que podem ser customizados tanto por pessoas físicas como por empresas.
Mas esta não foi a primeira transformação do negócio. Bianca Bonalume, 33 anos, sócia fundadora, conta que o projeto surgiu, em 2018, com a proposta de ser uma loja de artigos religiosos católicos. Com uma amiga como sócia naquele momento, a empreitada foi uma oportunidade para usar a experiência adquirida na empresa do pai, a Marfim, que produz componentes para calçados, onde ela trabalhou desde os 16 anos. Graduada em Administração de Empresas, Bianca foi responsável por estruturar um braço da indústria no Ceará, o que, segundo ela, foi fundamental para ter o desejo de estar à frente de um negócio próprio. "No meu retorno para o Rio Grande do Sul, voltei a trabalhar na matriz da empresa, mas o meu cargo não estava mais me satisfazendo, porque vinha de uma experiência de gestão no Ceará. Uma amiga me procurou com uma ideia de abrir uma loja. Pedi demissão para ter um negócio próprio, com essa vontade de ficar à frente, de estar na gestão. Na época, a loja era para artigos religiosos católicos, mas com o passar do tempo vimos que a demanda não era algo que sustentaria o negócio à longo prazo", lembra.
A mudança de chave veio a partir da troca na sociedade. Com a saída da amiga, sua irmã, Bruna Bonalume, 32 anos, entrou como sócia e propôs novos rumos. Designer, ela foi fundamental para que a Holy começasse a produzir os próprios artigos para presentes. O investimento em maquinário para essa guinada, no entanto, foi atravessado pela chegada da pandemia. "Quando investimos em maquinário, a ideia era fazer itens para comercializar na loja. Só que veio a pandemia, e vimos que as pessoas não estavam comprando tanto, porque o nosso produto é mais supérfluo. Tivemos uma queda muito grande no faturamento. Então, começamos a trabalhar com empresas fazendo máscaras personalizadas, porque temos toda a parte de arte e criação e um atelier de costura. Foi o que salvou o nosso negócio e o que nos impulsionou a crescer mais", afirma Bianca, que enxerga esse momento como o ponto de virada. "Entramos nas empresas pelas máscaras, e aí começaram a entrar pedidos de opções para presentes corporativos de Dia dos Pais e de Dia das Mães. Não foi planejado entrar no personalizado, foi uma demanda do mercado. Vimos que tínhamos capacidade de produzir e o negócio foi migrando para isso", diz a administradora.
Hoje, os itens são responsáveis por 80% do faturamento da Holy, que atua em duas frentes. Além dos produtos para empresas, há a oferta para pessoas físicas que desejam elaborar presentes. Paralelamente a essa produção, as irmãs investem na criação de coleções temáticas para lojas de artigos de decoração. "Recentemente, começamos uma linha de produção para revenda. No momento, temos uma loja em Estância Velha que revende nossos produtos, mas estamos prospectando outras. Criamos coleções temáticas sobre personagens ou para datas especiais. Já temos dois designers na equipe que fazem toda a parte de criação, e repassamos para o lojista", explica.
As transformações na proposta do negócio acarretaram a mudança de espaço físico. Antes alocada em um ponto no centro da cidade, a empresa, agora, ocupa um espaço mais voltado para a produção e menos para a venda direta. "A estrutura não estava comportando que aumentássemos a capacidade produtiva. Mudamos em junho para um espaço em que priorizamos deixar a produção maior e a loja menor", conta Bianca, que aposta nas redes sociais como vitrine e espaço de conexão com os clientes. "Um dos reflexos que sentimos da pandemia foi que primeiro as pessoas olham o perfil no Instagram, depois chamam no WhatsApp, e só depois vão ao espaço físico. Então, tentamos manter o Instagram sempre atualizado, postando novidades e conteúdos", afirma.
Bianca destaca que incentivo de Campo Bom, tanto por parte da gestão pública quanto da população, foi fundamental para que o negócio resistisse às adversidades da pandemia e encontrasse novos caminhos. "Somos muito gratas à Campo Bom por realmente incentivar os empreendedores. Sempre tivemos muito aporte da prefeitura em diversas situações, e das pessoas também. Sentimos isso no momento mais difícil do nosso negócio, em que o proprietário da nossa sala nos deu carência no aluguel e desconto. Tivemos muito apoio e foi fundamental para manter o negócio em pé e crescendo", garante ela, que se orgulha de ter trabalhado com nomes fortes da cidade. "Já atendemos empresas grandes, e é um orgulho para nós, como a Schutz, a Box Print, e outras que são conhecidas aqui. Hoje, o negócio está mais focado em Campo Bom e no Vale do Sinos, mas queremos atender mais o Rio Grande do Sul e, no futuro, até para fora do Estado", revela a empreendedora.
Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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