O fato é que o software se tornou o produto, e o produto se tornou o negócio

Gestão de produtos digitais: um olhar do começo, meio e fim


O fato é que o software se tornou o produto, e o produto se tornou o negócio

Como uma habilidade e função de negócios que gera resultados por meio de soluções digitais, a Gestão de Produtos Digitais é hoje uma das capacidades mais críticas para qualquer empresa que desenvolve software. Como diria Marc Andreessen - uma figura icônica no Vale do Silício -, "o software está comendo o mundo" e, mais do que nunca, a excelência em seu desenvolvimento tem sido fator determinante para o desempenho dos negócios.
O fato é que o software se tornou o produto, e o produto se tornou o negócio. Isso não quer dizer que todas empresas já enxergam dessa maneira, mas em 2023, 80% das organizações de TI terão passado por uma reestruturação radical para adotar o modelo operacional de gerenciamento de produtos.
No entanto, outras tantas já nasceram dentro do modelo operacional orientado ao produto digital. Elas não só entendem como também praticam pelo menos três elementos fundamentais dentro desta nova perspectiva no desenvolvimento e entrega do software:
1) Empoderamento dos times de produto que são colaborativos e multidisciplinares (estratégia, design, engenharia, dados) em vez de micro gerenciamento;
2) Adaptação rápida e contínua diante dos aprendizados vindos da triangulação de evidências qualitativas e quantitativas ao invés de ter "todas" as certezas de antemão para se mover;
3) Foco e senso de urgência na criação de valor sustentável em vez de apenas entregar funcionalidades uma atrás da outra.
Se você é uma pessoa conectada ao contexto digital de alguma maneira, a essa altura, já deve, ou pelo menos deveria, saber que o modo Projetos não é a única forma de financiar e organizar o desenvolvimento de software. Empresas de alto desempenho, que se movem rapidamente, não financiam e nem organizam seu desenvolvimento dessa forma. Em vez disso, elas executam o desenvolvimento usando times quase permanentes, com um orçamento que pode variar de ano para ano, mas geralmente é suficiente para financiar continuamente uma organização de desenvolvimento de software durante a vida do negócio. Na prática, os times são organizados para trabalhar com autonomia em um real problema de negócio ou oportunidade de mercado - com a natureza do trabalho sendo definida por uma perspectiva de resultado (e impacto) a ser gerado ao invés de um conjunto de funcionalidades a serem entregues.
Podemos chamar de Output tudo que está entre a ideação e a entrega. Basicamente é o que desenvolvemos e entregamos, é o que construímos. Mas, embora seja necessário, o output não é o fim. É o que vem depois disso que realmente importa, o chamado Outcome, aquilo que as pessoas de fato fazem e vivenciam de maneira diferente como consequência do que foi construído. E por meio desta experiência suprem suas necessidades e passam a ter uma vida mais fácil, simples e relevante. Isso é o que medimos como impacto. No final do dia, nosso trabalho na gestão de produtos é minimizar Outputs e maximizar Outcomes, fazendo a gestão pelo o impacto. Para lidar com o caminho multidimensional e tortuoso entre a ideia e o impacto, o primeiro passo é assumir que desafios, riscos e mudanças de rota fazem parte da rotina.
ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC

Eduardo Sangion, Chief Product Officer na CI&T
Eduardo Sangion

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