Isadora Jacoby

No Instagram, o Bom do Bom Fim reúne mais de 27 mil admiradores do bairro da região central de Porto Alegre

Página em homenagem ao Bom Fim fomenta negócios do bairro de Porto Alegre

Isadora Jacoby

No Instagram, o Bom do Bom Fim reúne mais de 27 mil admiradores do bairro da região central de Porto Alegre

Com o fechamento de diversos negócios durante a pandemia, fomentar o comércio local se tornou ainda mais importante. Nesse contexto, iniciativas que ajudam a divulgar produtos, serviços e negócios de uma região ganharam força.
Com o fechamento de diversos negócios durante a pandemia, fomentar o comércio local se tornou ainda mais importante. Nesse contexto, iniciativas que ajudam a divulgar produtos, serviços e negócios de uma região ganharam força.
A especialista em marketing digitial Jacqueline Glat, 34 anos, criou, em 2015, o Bom do Bom Fim, página no Instagram (@bomdobomfim) dedicada às novidades do bairro da região central de Porto Alegre. Com mais de 27 mil seguidores, a conta surgiu de um desejo de Jacqueline de compartilhar as dicas do bairro onde mora há 15 anos. "Estava saindo para almoçar com alguns amigos, e eles perguntaram onde poderíamos ir. Dei várias ideias aqui do Bom Fim, e ninguém conhecia os lugares, que eram muito bons. Fiz a primeira foto e comecei a fazer naquele dia, sem nenhuma pretensão", lembra.
Não demorou para que as empreendedoras e empreendedores da região buscassem ajuda da publicitária para captar clientes. Jacqueline conta que, rapidamente, começou a receber produtos para experimentar e convites para conhecer locais. "Entendi a responsabilidade que eu tinha quando fiz um post de um café que havia acabado de abrir. Passei na frente, vi, tirei uma foto superbonita, fiz um texto e bombou muito. O dono do café mandou uma mensagem 'brigando' comigo, falando que estavam em soft opening, e que o negócio tinha bombado, nem tinha produto o suficiente para receber os clientes", conta Jacqueline, que faz a produção de conteúdo sozinha e conta com a ajuda de seu namorado para as fotografias usadas na página. "Sempre me perguntam se não vou aparecer. As pessoas acham que tem muita gente por trás do Bom do Bom Fim. Acho um excelente feedback quando falam isso", acredita.
Como o nome frisa, a ideia é mostrar os aspectos positivos do bairro: locais legais de se frequentar e dicas de produtos para experimentar. Jacqueline conta que essa decisão foi um norte na concepção do projeto.
"Decidi, logo no início, que não ia criticar as coisas, porque não sou uma crítica de gastronomia ou de lugares. Alguns lugares me mandam coisas e se eu não acho que é bom, que é legal, não publico. Sempre comunico o porquê não vou publicar, mas não me importo porque quero ser muito verdadeira naquilo que estou postando", explica Jacqueline, que concilia o projeto com o trabalho em uma empresa de análise de dados de Israel.
Durante a pandemia, o projeto ganhou ainda mais importância para os empreendedores do bairro. Jacqueline conta que muitos a procuraram para divulgar como estava funcionando a operação. Perceber as dificuldades de quem está comandando um negócio nesse cenário fez Jacqueline decidir não cobrar pelos conteúdos publicados na página.
"Já recebi por alguns posts, mas, desde o ano passado, me recusei a receber. Sou sempre sincera, só posto sobre o que já provei e gostei. Me sinto muito feliz quando alguém fala 'obrigada por esse post, consegui vender tudo que precisava hoje'. Para mim, esse é o objetivo, principalmente nesse último ano", orgulha-se. O trabalho na divulgação dos negócios do bairro fez com que Jacqueline conquistasse muitos amigos, principalmente os donos dos estabelecimentos divulgados por ela. Quem está chegando à região também busca na página uma ajuda para entender o perfil de consumo do bairro. "Lugares que abriram vieram conversar comigo antes, como se eu fosse uma especialista do bairro, tirando dúvidas sobre qual seria o melhor ponto. Consigo passar a minha visão, do que observo há vários anos. No projeto do Mercado Brasco (que inaugurou em 2020), conversei várias vezes com os donos antes, indiquei vizinhos para eles conversarem, fazerem pesquisa", relata.
Além da divulgação dos negócios, ela se diverte ao contar que a página virou uma espécie de SAC do bairro, já que as pessoas pedem ajuda quando um cachorro foge de casa e a comunicam problemas de infraestrutura, como buracos nas ruas.
No entanto, o público da página não é só de moradores, mas também de quem admira o bairro. "Fiz uma pesquisa nos stories e 60% das pessoas não moravam no Bom Fim. São pessoas que frequentam e gostam da região." Isso se deve, acredita Jacqueline, ao estilo do bairro, que reúne diversos perfis de pessoas e negócios. "O Bom Fim é uma pequena cidade. As pessoas caminham muito a pé, os vizinhos se conhecem. É um local muito para a rua, mesmo nessa época que a gente está. É fofo, agrega todo mundo: tem pessoas mais velhas, que moram aqui há muitos anos, os jovens que vieram fazer faculdade, os casais que estão morando juntos no primeiro apê. Ele mistura todo mundo", acredita.
Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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