Isadora Jacoby

CEO da Profissionais SA acredita que, no futuro, as palestras serão híbridas

'É uma guerra manter a atenção do público'

Isadora Jacoby

CEO da Profissionais SA acredita que, no futuro, as palestras serão híbridas

Durante a pandemia, manter a motivação da equipe e o desenvolvimento de cada integrante do time se tornou um desafio extra para as empresas. Márcio Spagnolo, CEO da Profissionais SA, hub produtor de conteúdo corporativo com foco no desenvolvimento de pessoas, conta que a empresa teve de adaptar seu serviço nos últimos meses. Com objetivo de potencializar resultados das organizações, principalmente por meio de palestras, Márcio explica, nesta entrevista, como a interação direta do funcionário com um conteúdo relevante pode impactar positivamente na produtividade e nos valores da empresa. O CEO conta, ainda, como isso foi trabalhado nos últimos meses e prevê qual será o formato de palestras no pós-pandemia. Confira abaixo: 
Durante a pandemia, manter a motivação da equipe e o desenvolvimento de cada integrante do time se tornou um desafio extra para as empresas. Márcio Spagnolo, CEO da Profissionais SA, hub produtor de conteúdo corporativo com foco no desenvolvimento de pessoas, conta que a empresa teve de adaptar seu serviço nos últimos meses. Com objetivo de potencializar resultados das organizações, principalmente por meio de palestras, Márcio explica, nesta entrevista, como a interação direta do funcionário com um conteúdo relevante pode impactar positivamente na produtividade e nos valores da empresa. O CEO conta, ainda, como isso foi trabalhado nos últimos meses e prevê qual será o formato de palestras no pós-pandemia. Confira abaixo: 
GeraçãoE -  Quais os serviços oferecidos pela Profissionais SA?
Márcio Spagnolo - Nosso principal canal de entrega é o formato palestra. São mais de oito anos no mercado atuando neste nesse nicho específico, com curadoria de palestras de alto impacto, em que selecionamos rigorosamente em nosso casting de especialistas, o palestrante ideal para um determinado evento. Porém, desde 2017, diversificamos nosso mix de serviços e incluímos outras ofertas, como uma unidade de negócios focada na gestão e profissionalização comercial de especialistas (BASE SA), também estruturamos a arquitetura educacional para empresas que não possuem um setor dedicado ao desenvolvimento de pessoas. Ofertamos aos espectadores de nossas palestras e aos colaboradores das empresas clientes um conteúdo de educação corporativa e desenvolvimento pessoal focado em soft skills no formato de micro learning, com o objetivo de democratizar o acesso a conteúdo de qualidade e aplicável aos cargos de operação.
GE - Qual a importância da educação corporativa?
Márcio - É o acesso a conteúdos inéditos e contemporâneos para a formação de colaboradores ou ainda de seus líderes diretos. As demandas por resultado e a mensuração de produtividade de uma equipe fazem com que, muitas vezes, o desenvolvimento do liderado fique em segundo plano, não por uma escolha, mas por consequência dos dois itens relatados anteriormente. Diante disso, a "esteira" de formação de profissionais para qualificar o quadro de colaboradores da empresa ou, até mesmo, a perenidade da liderança é colocada em xeque. Como prova disso, realizamos uma pesquisa com nossos clientes e mais de 95% da demanda para educação dentro das empresas está relacionada a habilidades comportamentais, ou seja, habilidades como comunicação, colaboração, criatividade, resolução de problemas complexos e flexibilidade cognitiva. Estas habilidades não são trabalhadas diretamente em um curso superior ou no Ensino Médio. Não apenas por objetivos financeiros, mas também sociais. A empresa acaba cumprindo com sua razão social de existir, promovendo acesso dos seus colaboradores ao desenvolvimento pleno de suas capacidades técnicas e comportamentais.
GE - De que maneira as empresas podem reforçar os seus valores por meio de palestras para equipe?
Márcio - Os programas de cultura organizacional estão cada vez mais complexos. A questão que vem à tona é: "não me sinto valorizado, a empresa não reconhece meu trabalho, minha família não me enxerga feliz, estou desmotivado". A palestra cria uma atmosfera de desenvolvimento e conhecimento com interação direta com a fonte do conteúdo, especialistas de renome. Façamos um paralelo com o show do Rolling Stones. Por mais que tenhamos o vídeo disponível a qualquer momento em uma rede social, quando este mesmo show acontece em uma cidade próxima, as filas são imensas, justamente por essa atmosfera criada com seu ídolo. No caso da palestra, o especialista inspira a reflexão sobre um conteúdo específico, seja ele técnico ou comportamental. No mundo veloz que vivemos, onde as pessoas estão cada vez mais ansiosas e acostumadas com doses de dopamina a cada 15 segundos em uma rede social, oferecemos conteúdos de qualidade, objetivos e que sirvam como fonte de inspiração. Vivemos um momento em que existem escolhas como: uma aula de quatro horas ou uma aula condensada em uma palestra de uma hora? A palestra tem o objetivo de despertar o interesse do espectador e que, com isso, ele busque aprofundar tal conteúdo de forma independente, de acordo com sua rotina, interesse e objetivo.
GE -  Quais foram as adaptações em serviços e formatos oferecidos por vocês em função da pandemia?
Márcio - Principalmente, a versatilidade na adequação do conteúdo. Atualmente, uma palestra que tinha um tempo de duração superior a uma hora, está subdividida em vários formatos, como pílulas de um a cinco minutos, lives nas redes sociais da empresa como ação direcionada a clientes e colaboradores, talk show com duas pessoas da empresa mais palestrante e especialista, webinar fechado para times específicos e toda empresa. Agora, é verdadeiramente uma guerra manter a atenção do público (que culturalmente prefere fechar a câmera e o microfone).
GE - Quais características que as empresas devem estimular nos seus times?
Márcio - Com toda certeza, soft skills. Tudo se conecta ao comportamento humano, nas organizações exponenciais é visível a diferença da cultura da empresa que aborda temas como diversidade, diálogo, meritocracia, flexibilidade e outras tantas. Ressaltamos os grandes ciclos que o mundo profissional viveu. Em eras passadas, o homem precisava ser forte para trabalhar na agricultura, depois, precisava ter Ensino Fundamental e curso de datilografia para entrar um banco. Iniciamos no século passado a formação de curso superior para ser o orgulho da família e ter um diploma que lhe precedesse. No futuro, estaremos discutindo pessoas com habilidades comportamentais que realmente criaram negócios ou redes que se retroalimentam a partir do relacionamento.
GE - Como serão as palestras no pós-pandemia?
Márcio - Híbrido. O reinado das palestras presenciais, que andavam na casa de 95%, deve reduzir a 30%. Principalmente porque a abrupta adaptação das pessoas com maior receio de se relacionar através de uma videoconferência virou motivo de incentivo ao modelo. A moda do playbook e onboarding online veio pra ficar.
GE - As pessoas passaram a valorizar mais o conteúdo?
Márcio - Sim, desde que este conteúdo seja de fácil aplicação. Quem aí não entrou em uma live "cilada" desde o início da pandemia? Onde duas pessoas falam, falam, falam, mas na verdade não ensinam nada ou não agregam nada. O formato on demand é uma herança da Netflix que facilmente foi aderido na educação corporativa. Aquela velha pergunta que os alunos faziam em uma aula de Química no Ensino Médio, "por que eu preciso aprender isso se eu quero ser advogado?", é a tendência que veio para ficar. O produtor de conteúdo precisa escutar o seu público e ser muito assertivo na produção de algo que realmente seja necessário.
Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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