Vitorya Paulo

Zapata Filmes conta com 11 apoiadores para suas produções

Produtora gaúcha de filmes atua há 13 anos sem editais públicos

Vitorya Paulo

Zapata Filmes conta com 11 apoiadores para suas produções

Empreender é um desafio por si só. Criar um modelo de negócios, conquistar públicos e desenvolver produtos à altura das expectativas são processos que vivem na linha entre o prosperar e o esmorecer. Fazer tudo isso na área da cultura e das artes se torna ainda mais desafiador. Baseada em uma lógica participativa, a produtora gaúcha Zapata Filmes sobrevive há 13 anos sem editais públicos nem utilizar fundos estatais em seus projetos.
Empreender é um desafio por si só. Criar um modelo de negócios, conquistar públicos e desenvolver produtos à altura das expectativas são processos que vivem na linha entre o prosperar e o esmorecer. Fazer tudo isso na área da cultura e das artes se torna ainda mais desafiador. Baseada em uma lógica participativa, a produtora gaúcha Zapata Filmes sobrevive há 13 anos sem editais públicos nem utilizar fundos estatais em seus projetos.
Criada pelo colombiano radicado no Rio Grande do Sul Juan Zapata, a produtora tem, atualmente, 11 investidores, que dividem os lucros. São engenheiros, psicólogos, professores universitários e profissionais de outras áreas que não o cinema. Conforme explica o sócio da Zapata, o historiador norte-americano Douglas Limbach, o desenvolvimento da empresa sempre foi voltado a ser colaborativo. "Como somos estrangeiros, os editais sempre foram difíceis. As pessoas daqui são mais experientes com a legislação e têm certa vantagem. Tivemos que achar um modelo de negócio sustentável e pensar fora da caixa", afirma.
Douglas foi um dos primeiros investidores, em 2013, durante a gravação do filme Simone, primeiro longa de ficção do portfólio da produtora. A partir daí, os sócios foram desenvolvendo essa lógica de trazer pessoas apaixonadas por cinema e cultura para dentro das produções. "Quando eu comecei, pensei: por que eu entrei nisso? Porque eu queria ser parte, desenvolver meu lado artístico", lembra. Durante jantares e eventos sociais, Douglas e Juan angariavam amigos e conhecidos para a empreitada.
Assim, formaram uma rede colaborativa que não só investe como também contribui para as produções. "Os investidores são convidados a participar das filmagens, eventos, sobem nos palcos para receber prêmios. Não é um investimento apenas de dinheiro, mas de participação artística. Eles também são nosso público, porque não trabalham diretamente com arte", salienta.
O historiador exemplifica esse processo conjunto com as filmagens do longa Uma vez em Veneza, em que alguns do grupo foram à Itália para acompanhar as gravações. O filme está em fase de pós-produção e tem previsão de ser lançado em outubro. Quando pensa na pandemia, Douglas diz que a interpreta como um momento de reflexão. "As pessoas estão repensando e querendo novas experiências. O mundo da arte tem que começar a pensar dessa maneira, porque não sabemos o futuro do dinheiro público. Temos que salvar a arte sem a esquerda ou a direita", opina. A Zapata já está negociando o próximo projeto, que poderá levar um selo da Organização das Nações Unidas (ONU) como reconhecimento da contribuição da produção na valorização dos direitos humanos. "Não deixamos de lado o nosso propósito e consciência", pontua.
Os filmes do portfólio da Zapata podem ser acessados através da plataforma Mowies (www.mowies.com).
Vitorya Paulo

Vitorya Paulo - repórter do GeraçãoE

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