Vitorya Paulo

Luís Fernando Saraiva fundou o Sqed, aplicativo de organização pessoal

Quando é chegada a hora da transição

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Luís Fernando Saraiva fundou o Sqed, aplicativo de organização pessoal

A sensação de dever cumprido num emprego, para algumas pessoas, é a "virada de chave" para investir no próprio negócio. Foi assim que ocorreu com o executivo Luís Fernando Saraiva, que deixou um cargo na gigante norte-americana HPE para assumir o posto de CEO da Sqed, startup fundada por ele e outros empreendedores em 2018. A empresa dedica-se a desenvolver um aplicativo de notas, listas e lembretes para captura de informações. "Na HPE, eu tinha cumprido minha missão de fundar uma organização do zero, fazer ela inovadora, criar um ambiente feliz para as pessoas e que ela pudesse rodar sozinha. Como isso foi atingido, então, estava cumprida a missão", afirma.
A sensação de dever cumprido num emprego, para algumas pessoas, é a "virada de chave" para investir no próprio negócio. Foi assim que ocorreu com o executivo Luís Fernando Saraiva, que deixou um cargo na gigante norte-americana HPE para assumir o posto de CEO da Sqed, startup fundada por ele e outros empreendedores em 2018. A empresa dedica-se a desenvolver um aplicativo de notas, listas e lembretes para captura de informações. "Na HPE, eu tinha cumprido minha missão de fundar uma organização do zero, fazer ela inovadora, criar um ambiente feliz para as pessoas e que ela pudesse rodar sozinha. Como isso foi atingido, então, estava cumprida a missão", afirma.
Formado em Ciência da Computação pela Pucrs e com especialização nas áreas de Marketing e Gestão do Comportamento Humano, Luís explica, nesta entrevista, como foi seu processo de transição de carreira, de empregado a empregador, e como é estar à frente de uma startup com foco no digital. Confira:
GeraçãoE - Como surgiu a ideia de criar o Sqed? Como foi o seu desenvolvimento?
Luís Fernando Saraiva - A ideia de criar o Sqed tem algumas vertentes, mas uma de verdade é que por força de trabalho, indo muito para o Silicon Valley todo ano, olhando sempre aquele monte de prédios subindo, eu estava sempre pensando "por que a gente não está aqui, por que não estou fazendo alguma coisa aqui?". Eu voltava naquela longa viagem desde a Califórnia até Porto Alegre escrevendo planos de negócio. Escrevi vários, até que um belo dia um desses, por conjunturas, me disse "cara, é esse!". Com o plano, eu apresentei para o cofunder, ele achou legal e disse para lançarmos uma prova de conceito, e assim nasceu o Sqed. Com o objetivo e visão de ajudar as pessoas a aproveitar tudo que a vida tem de bom, porque vimos que tinha muitas ferramentas para empresas, para não esquecermos de reuniões e compromissos, mas para na nossa vida pessoal ficava tudo atirado. Dicas que recebíamos e não executávamos porque simplesmente jogávamos na galeria ou no WhatsApp e não achávamos mais. Os próprios cuidados pessoais de marcar agendas médicas, compartilhar coisas legais com pessoas, isso tudo ficava desorganizado e pensamos em organizar com tecnologia. Fizemos uma prova de conceito, apresentamos para algumas pessoas, elas começaram a usar e gostaram, então, fomos em frente e aí começamos a agregar várias outras coisas em cima do Sqed. Veio a questão das empresas, dos influencers, com os espaços dentro do Sqed, aí a coisa ficou mais evoluída.
GE - Acredita que sua trajetória na HPE influenciou a criar a startup?
Luís - Sim. Como eu sempre digo, são competências que a gente vai colocando no cinto de utilidades. Na HPE, eu tive a chance de construir uma organização do zero, foi a primeira vez que eu tive de fazer isso e ela foi uma organização que se tornou referência, com diferencial, com uma forma de trabalho muito inovadora e desenvolvimento de lideranças. A visualização de que é possível fazer um lugar bacana assim e que eu tinha competência para fazer isso, certamente, me ajudou muito na criação do Sqed.
GE - Como foi o processo de transição de carreira?
Luís - Na verdade, está sendo ainda porque eu saí da HPE dia 4 de maio. Essas transições demandam muita energia, principalmente emocional, porque mudam coisas por mais que você se prepare. No meu caso, me preparei ao longo de um ano mas, mesmo assim, sempre têm coisas que precisam se acomodar, ainda mais eu que sou muito intenso. Tenho que me cuidar para não ficar 24 horas por sete dias na semana trabalhando e pensando no Sqed.
GE - Como o Sqed pode auxiliar quem está trabalhando de casa durante a pandemia?
Luís - O Sqed é um ferramenta que nos ajuda a lembrar das coisas que são importantes, traz tudo isso para o mesmo lugar. Nesse momento, vemos que tem uma explosão de conteúdo digital (live, webinar), e se a gente não organiza isso, vira uma bagunça. Então, o fato de criar sqeds para se organizar é uma forma bem legal de tirar proveito do Sqed nesse momento. Também, logo em seguida, está chegando o e-commerce do Sqed para ajudar as empresas a se conectar com seus públicos de uma forma mais intensa, que é o que chamamos de transação. Para nós, o Sqed ajuda as empresas a se conectarem com seus públicos através do que nós chamamos de conexão e, para nós, conexão é comunicação mais transação. Comunicação já temos e transação está chegando daqui a pouco.
GE - Acha que os serviços on-line, como o que o Sqed presta, irão aumentar pós-pandemia?
Luís - Com certeza. O próprio Sqed com e-commerce e com muito mais que vem por aí. Temos um monte de surpresa legal em desenvolvimento e que eu realmente acho que vão revolucionar bastante a forma de organização pessoal. Porque, de fato, nosso mundo vai ser cada vez mais digital. Isso é inexorável, não tem como fugir.
GE - Como tua história pode inspirar outras pessoas que pensam em abrir o próprio negócio?
Luís - Ser uma inspiração soa como algo muito incrível, mas o que eu carrego comigo é correr atrás do propósito. Temos que ser justos com a gente e com quem contrata os nossos serviços. Estou seguindo aquilo que realmente me faz feliz e, através dessa felicidade, posso entregar o máximo para quem me contrata. As pessoas podem pensar assim: "ah, mas ele era diretor de P&D de uma multinacional, assim é fácil, pode se organizar". Mas eu já saí de outras empresas onde eu não era diretor de uma multinacional, de uma forma financeira complicada, sempre acreditando em mim. Então, antes de perseguir um propósito, eu acreditava em mim. E isso é algo que reforço muito com as pessoas: você tem que acreditar em você, porque se a sua auto-estima estiver baixa, sempre alguém vai te guiar e ditar o teu caminho.
Vitorya Paulo

Vitorya Paulo - repórter do GeraçãoE

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