Diretor da Gol explica como é importante ter uma equipe em sintonia com os valores da empresa

Ética e compliance na era da crise


Diretor da Gol explica como é importante ter uma equipe em sintonia com os valores da empresa

Em tempos de crise, o comportamento ético de todos e de cada um é posto à prova diariamente, em questões mais ou menos complexas. A simples decisão de nos isolarmos ou não, ainda que não nos afete pessoalmente, poderá ter graves impactos em pessoas que nem sequer conhecemos. Para aqueles que não são do grupo de risco no cenário da pandemia, é correto sair de casa apenas por não sê-lo? Ser ético, muitas vezes, significa abandonar desejos individuais e adotar comportamentos coletivos.
Em tempos de crise, o comportamento ético de todos e de cada um é posto à prova diariamente, em questões mais ou menos complexas. A simples decisão de nos isolarmos ou não, ainda que não nos afete pessoalmente, poderá ter graves impactos em pessoas que nem sequer conhecemos. Para aqueles que não são do grupo de risco no cenário da pandemia, é correto sair de casa apenas por não sê-lo? Ser ético, muitas vezes, significa abandonar desejos individuais e adotar comportamentos coletivos.
As organizações, empresas, entidades, governos e afins também lidam com dilemas éticos no seu dia a dia e mais ainda em momentos de crise, para os quais, muitas vezes, a solução não se restringe a "se puder, fique em casa!" - recomendação simples que, ainda assim, tem trazido enormes desafios e consequências às autoridades no combate à Covid-19.
Sabidamente, as discussões sobre ética são um terreno fértil para opiniões míopes que justificam iniciativas escusas, sobretudo quando um indivíduo ou um grupo usa de leis próprias para sobrepujar uma verdade, norma ou senso coletivos.
Contudo, a ética não nasceu ontem, já foi debatida e sistematizada pelos gregos há milênios como forma de regulamentar a vida em sociedade. E se há um momento oportuno para comprovar nosso compromisso com a mesma é, justamente, em épocas turbulentas, quando crescem as tensões entre os interesses particulares e o bem coletivo.
A ética é, por excelência, a grande regente do compliance, palavra que se tornou comum no mundo corporativo nos últimos anos e fundamental para a saúde e a sustentabilidade das empresas e instituições. O termo compliance tem sua etimologia no verbo inglês to comply (cumprir, agir de acordo, estar em conformidade), e, dentro de uma organização, esse conceito alcança maior amplitude e remete não apenas ao cumprimento de uma instrução interna, um regulamento ou uma lei, mas principalmente à atuação de acordo com princípios maiores, não necessariamente escritos, que distinguem o certo do errado e que determinam a nossa integridade.
Desafiador como poucos já vistos, o ano de 2020 é a prova de que os esforços para disseminação de valores trazem resultados palpáveis à organização. A construção de uma cultura de integridade dá origem a um time coeso, que age e caminha na mesma direção, valoriza a honestidade nos relacionamentos, rechaça a corrupção e acredita nos benefícios da ajuda mútua.
Não é durante uma pandemia, de um mês para o outro, que se estabelecem as regras do bem agir. Essa cultura tem por base conceitos que precisam estar interiorizados por todos em uma corporação, na totalidade dos níveis hierárquicos. Como devo agir numa situação limite, mesmo que ninguém esteja vendo? O que importa, de fato? Qual é a nossa essência e propósito? As respostas a essas perguntas têm de estar na ponta de língua.

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