Maria Fernanda Tartoni é, também, proprietária do Tartoni Ristorante

Presidente da Abrasel-RS: vai da necessidade de cada um reabrir ou não


Maria Fernanda Tartoni é, também, proprietária do Tartoni Ristorante

Na última terça-feira (19), com o aval de decreto publicado pela Prefeitura de Porto Alegre, restaurantes, bares e lancherias puderam voltar a operar. Alguns locais retornaram imediatamente às operações, enquanto outros ainda preferem se resguardar por mais tempo. A presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-RS), Maria Fernanda Tartoni, explicou o posicionamento da entidade em relação ao assunto, bem como outros temas relacionados à pandemia no que tange os negócios. Confira:
Na última terça-feira (19), com o aval de decreto publicado pela Prefeitura de Porto Alegre, restaurantes, bares e lancherias puderam voltar a operar. Alguns locais retornaram imediatamente às operações, enquanto outros ainda preferem se resguardar por mais tempo. A presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-RS), Maria Fernanda Tartoni, explicou o posicionamento da entidade em relação ao assunto, bem como outros temas relacionados à pandemia no que tange os negócios. Confira:
GeraçãoE - Como a entidade reage ao movimento de bares cafeterias que não abrirão em Porto Alegre, apesar do decreto?
Maria Fernanda Tartoni - Desde o começo da pandemia o posicionamento da Abrasel foi de equilíbrio. De preservar as vidas e a saúde, mas os negócios também. A gente vem conversando desde o início, desde março quando saiu o decreto. E a gente vem desde lá conversando tanto quanto o setor público quanto com os nossos associados. Sempre respeitando os limites e as curvas da pandemia. Chegou um ponto em que vimos que Porto Alegre conseguiu agir bem e manter os número baixos. Isso por um esforço de todos porque todos estão fazendo esforços ficando em isolamento. Tudo corroborou para que chegássemos aqui. A partir do momento que a prefeitura libera a reabertura através do decreto, vai da necessidade de cada um reabrir ou não. Depende de quem consegue se manter, trabalhar com tele-entrega. É uma decisão de cada um. A gente recomenda a todos uma análise sobre voltar ou não. E quem voltar, fazer isso com todas as restrições necessárias para o bem e segurança do consumidor e do trabalhador. A entidade respeita a cada decisão de cada dono de estabelecimento. Em nenhum momento a gente falou que tinha que abrir ou manter fechado. Sempre recomendamos: "olhem para seus números, olhem para seus clientes, para a situação e tomem a decisão mais prudente possível”.
GE - A Associação sofreu muita cobrança quanto a algum posicionamento durante o processo?
Maria - A cobrança é natural do posicionamento e a gente sempre foi muito firme. Enquanto as coisas estavam graves e não se tinha um panorama favorável, porque certeza não temos até agora, a gente achava prudente que estivesse fazendo o isolamento. A partir do ponto que Porto Alegre começou a ter uma boa performance e as coisas começaram a ir bem, por que não voltar com os protocolos necessários? Atuando ao lado dos players necessários como Vigilância Sanitária, governo, restaurantes. Tivemos sim cobranças, mas antes disso um apoio dos associados e da classe. Buscamos informação de todos os lados para que tudo saísse bem. A gente está fazendo um trabalho muito forte.
GE - Como está o movimento nas operações de gastronomia nesses primeiros dias de abertura?
Maria - Ainda é muito cedo para falar disso, mas teve gente que se surpreendeu de forma positiva ou negativa e teve quem recebeu exatamente o que esperava. Tudo isso gira em torno da forma que abriu, localização do ponto, do cliente cativo que tem, se o público que frequenta é mais jovem ou mais velho, da forma como usou as redes para fazer seus comunicados. Mas, de forma geral, está dentro de uma normalidade na qual alguns estão mais satisfeitos do que outros.
GE - Acha que haverá muitos fechamentos permanentes devido à pandemia?
Maria - Infelizmente, acredito que terá sim fechamentos permanentes. A gente lamenta cada um que fecha. Já houve quem fechou, quem diminuiu as operações, enfim, números não temos ainda, mas acreditamos que infelizmente muita gente vai fechar. Uma perspectiva nacional positiva é o fechamento de 20% enquanto a negativa fica em torno de 40%. Nós acreditamos que vamos ficar entre isso.
GE - Qual o perfil dos negócios que resistirão?
Maria - O perfil de negócio que vai resistir é aquele que está preocupado em olhar para seus números e clientes ao mesmo tempo. Ter a ciência do momento de abrir, da quantidade de funcionários para operar, os custos fixos, adequações ao cardápio. Precisa fazer gestão. Não é a questão de ser pequeno ou grande, mas de quem está debruçado nisso.
GE - Como está o clima entre os donos de restaurantes e comunidade gastronômica?
Tartoni - Entre o medo e o otimismo. Todos têm consciência de que as coisas não vão voltar ao normal tão cedo. O otimismo é no sentido do “vamos mudar, vamos fazer, vamos trocar de fase”. É difícil falar sobre o clima. É de incerteza, de indecisão, mas um momento em que é necessária muita união. Todos estão aprendendo juntos, ninguém nunca passou por isso.

Veja também > O que diz o Sebrae sobre as ações de restaurantes daqui para frente

Veja o que diz um especialista do Sebrae

A repórter Patricia Comunello conversou, em vídeo, com Roger Klafke sobre como os estabelecimentos estão se readaptando. Assista na versão on-line desta matéria.